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Tecnologia inovadora contribui para a retomada do mercado de aeronaves

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São Paulo, SP 4/11/2021 – A principal vantagem dos materiais compósitos é possibilitar a redução de peso das aeronaves.

Com o avanço da vacinação no mundo e a estabilização dos casos de Covid-19, o setor aéreo começa a ensaiar uma recuperação. A demanda é positiva especialmente para os fabricantes de aeronaves, que podem restabelecer seus planos de lançamento adiados por causa da pandemia do novo coronavírus. Somente a Embraer, terceira maior fabricante de jatos comerciais do mundo, finalizou a venda de 30 jatos no terceiro trimestre de 2021

Segundo informações da empresa, foram nove jatos comerciais e 21 executivos entregues ao mercado. Até o último dia 30 de setembro, as encomendas de novas aeronaves totalizavam US$ 16,8 bilhões. O sucesso da Embraer, que já vendeu mais de oito mil unidades para todos os continentes desde sua fundação em 1969, se deve também aos seus esforços em aprimorar tecnologias e melhorar o desempenho de suas aeronaves.

Uma das tecnologias empregadas pela fabricante brasileira, e que também é usada por outros fabricantes ao redor do mundo, é o uso de materiais compósitos para melhorar o desempenho de asas e, consequentemente, de toda aeronave. Desde 2015, a empresa incentiva, em parceria com o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), o projeto Aplicação de Compósitos em Asas Alongadas, focado no desenvolvimento de tecnologias de junção dos reforçadores, utilizando compósitos de alto desempenho, uma combinação de fibra de carbono pré-impregnado em matriz de resina epóxi.

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Especialista em manutenção aeronáutica, Kennedy Rodrigues Varella diz não ter dúvidas de que os materiais compósitos – especialmente na aviação – vieram para ficar e que seu emprego em grande escala na indústria está apenas no começo. Esses materiais nada mais são do que a junção entre fibra de carbono e metais na composição dos materiais que garantem mais leveza, resistência, eficiência e redução do consumo de energia. Segundo Varella, a principal vantagem dessa tecnologia é a redução de peso das aeronaves. “Essa redução pode chegar em mais de 25% do peso máximo de decolagem de um avião. Acrescento a essa vantagem o fato de os materiais compósitos não serem sujeitos à corrosão”, comenta.

Outra vantagem dos materiais compósitos é a maior resistência à fadiga, superior aos metais. De acordo com Kennedy Varella, a moldabilidade dos materiais também é melhor e mais simples, possibilitando grande flexibilidade de design. “Isso permite a construção de formas mais aerodinamicamente eficientes e complexas, muito usadas em superfícies primárias e secundárias de comando de voo”, explica o especialista com mais de 17 anos de atuação no setor da aviação civil.

A tecnologia foi usada no desenvolvimento da aeronave Hale (High Altitude Long Endurance), reproduzida no ITA e semelhante ao protótipo desenvolvido na Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Por suas características, os compósitos são aliados do conceito de green aircraft (aeronave verde), bastante demandado atualmente, por conta da necessidade de redução das emissões de gases de efeito estufa, medida necessária para o combate das mudanças do clima.

Aeronaves “verdes” são o futuro da aviação mundial

Uma das novidades no mercado de aeronaves mais adequadas ao meio ambiente está sendo testada no Brasil neste início de novembro. A Embraer inicia, no Rio de Janeiro, uma simulação do uso de aeronaves elétricas de pouso e decolagem vertical (eVTOL), chamada de EVE, para voos de Mobilidade Aérea Urbana (UAM). A novidade pretende encurtar distâncias com o uso de aeronaves que parecem helicópteros, mas com custo mais acessível que os modelos convencionais. Nesta fase de testes, segundo a Embraer, serão realizados seis voos diários entre a Barra da Tijuca e o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão).

A entrada da Embraer no mercado de aeronaves para uso em Mobilidade Aérea Urbana é pela Eve Urban Air Mobility, startup da empresa brasileira. Em junho, a Embraer anunciou que a primeira entrega de aeronaves elétricas está prevista para 2026. O primeiro lote, de 50 aeronaves, será desenvolvido para atender parceria com a Helisul Aviation, uma das maiores operadoras de helicópteros da América Latina.

A aeronave, que já vem sendo chamada de carro voador, vem sendo desenvolvida para fazer viagens curtas, mais rápidas e com redução de emissões de gases de efeito estufa, uma vez que o querosene usado na aviação, no caso de uma eVTOL será substituído por energia elétrica, adicionando uma vantagem a mais a esse modelo: o silêncio.

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