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Indústria de jogos: marco legal não impede fraudes

por DINO
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Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que cria o marco legal da indústria dos jogos eletrônicos – que ainda vai ser analisada pelo Senado Federal. A medida visa estimular a indústria de jogos eletrônicos no Brasil ao reduzir a tributação sobre os produtos e ainda regulamenta a fabricação, a importação, a comercialização e o desenvolvimento dos jogos eletrônicos. A prestação de serviços de entretenimento também será regulamentada, sendo livre a promoção de disputas envolvendo os usuários dos jogos eletrônicos e dos jogos de fantasia com a distribuição de prêmios. O problema é que, por movimentar bilhões de dólares por ano, essa indústria é um dos principais alvos de fraudes – motivadas pelo sistema de pagamento online.

A indústria de jogos digitais ocupa, hoje, o segundo lugar entre os negócios de entretenimento no mundo, perdendo apenas para a TV, e ultrapassando, em muito, o cinema e o editorial (Statista, 2022). Há muito, os jogos digitais deixaram de ser passatempo de jovens para fazer parte do cotidiano.  De acordo com o Relatório Global da Indústria de Jogos do terceiro trimestre deste ano, o valor global desse mercado até o momento é de US$ 123 bilhões. Seja em celulares, tablets ou PCs, três em cada quatro brasileiros têm o costume de jogar (Pesquisa Game Brasil, 2022).

De acordo com a Pesquisa da indústria brasileira de games 2022, realizada pela Abragames em parceria com a ApexBrasil, o Brasil é o maior mercado de games da América Latina. Mais de mil estúdios movimentaram US$ 2,3 bilhões em 2021. Entre as desenvolvedoras de jogos que participaram da pesquisa, 43% disseram que utilizam serviços de Analytics, 32% usam Cloud Services, 30% contratam assessoria jurídica (30%) e apenas 3% investem em segurança – o que faz acender um sinal de alerta sobre os pagamentos digitais. O Brasil registrou mais de 2,8 milhões de tentativas de fraude no primeiro semestre deste ano, segundo o Mapa da Fraude da ClearSale. Entre as categorias que mais sofreram tentativas, estão eletrônicos (9,01%), celular (7,94%) e games (5,65%).

De acordo com Guilherme Terrengui, head de novos negócios da Sumsub no Brasil, o grande volume de fraudes vinculado à indústria de jogos pode comprometer a reputação desse segmento que ainda tem tanto a crescer no Brasil, principalmente a partir da regulamentação. Portanto, para evitar arranhar a imagem dos desenvolvedores de jogos e perder jogadores receosos pela possibilidade de golpistas invadirem um jogo e rastrearem o pagamento digital, é preciso contar com tecnologias específicas que possam identificar exatamente quem é o jogador, acompanhando a transação.

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As maiores oportunidades para os fraudadores monetizarem suas atividades são a compra e venda de moedas virtuais e produtos de vestimenta, armas ou armaduras. Esses itens oferecem oportunidades abundantes para esquemas de fraude, como lavagem de dinheiro e fraude de pagamentos. Num dos esquemas mais comuns, um fraudador cria uma conta gratuita para um jogo multiplayer online e usa cartões de crédito roubados para preencher a conta com moeda e roupas virtuais do jogo. Depois que a conta é carregada, o fraudador a vende em um site de negociação. As contas são vendidas por várias centenas a milhares de dólares, transformando bens virtuais roubados em dinheiro real. Da mesma forma, eles podem comprar e vender itens especiais, como caixas de saque contendo armas, armaduras ou outros bens virtuais.

Terrengui diz que as empresas que integram a indústria dos jogos eletrônicos têm acesso a algumas formas de endurecer o combate aos fraudadores. Uma delas é recorrer a tecnologias que permitem às empresas criar fluxos de trabalho de verificação de usuários adaptados a gatilhos e cenários de risco específicos. Com soluções personalizáveis de KYC (conheça seu cliente), KYB (conheça seu negócio), KYT (conheça sua transação) e AML (prevenção a lavagem de dinheiro), as empresas podem automatizar a tomada de decisão na integração do usuário com regras e ações flexíveis, facilitando a jornada do usuário e mantendo as taxas de aprovação altas.

“Automatizar a verificação do usuário é simples. Tudo o que é exigido do cliente é configurar a lógica de verificação, que inclui a seleção de gatilhos como idade, sexo, país, dados KYC anteriores etc. Também é possível escolher as regras e ações apropriadas ao procedimento, tudo bastante customizado”, diz o executivo. “O workflow builder, por exemplo, permite que as empresas criem fluxos de trabalho flexíveis de integração com qualquer nível de sofisticação, sem código. É importante que pessoas de locais de alto risco possam ser verificadas automaticamente, enquanto as verificações de atividade podem ser acionadas após ações suspeitas do usuário”, conclui Terrengui – reforçando que é possível orquestrar todo o ciclo de vida do cliente e automatizar o processo de tomada de decisão durante a integração. 

Com mais segurança, todo o ecossistema da indústria dos jogos eletrônicos pode seguir adiante com as tendências tecnológicas dentro do cenário de games. Destaque para jogos que utilizem o sistema blockchain, para o desenvolvimento e o crescimento da realidade virtual (aumentada ou mista) e para o metaverso. A implementação da tecnologia 5G emerge como um dos fatores de infraestrutura mais importantes para o futuro da indústria de games. Essa tendência envolve aproveitar o poder da rede 5G para jogos, propiciando velocidades mais rápidas, menor latência e jogabilidade portátil sem queda de qualidade. Sem negligenciar a segurança.

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