Levantar dinheiro para acelerar o crescimento da sua startup parece um ótimo negócio — e muitas vezes é. Mas se o empreendedor não entende bem o que está assinando, pode acabar vendo a empresa ser vendida por milhões, e ainda assim sair sem nada no bolso.
Essa situação, que parece absurda, é mais comum do que se imagina. Em muitos casos, fundadores acabam com participação mínima, sem poder de decisão e com cláusulas que favorecem apenas os investidores. Tudo isso por falta de preparo na hora de negociar os termos do investimento.
Onde está o risco?
Rodadas de investimento envolvem mais do que o valor da empresa. É preciso entender cláusulas que podem comprometer o futuro dos fundadores:
1. Preferência de liquidação
Antes que qualquer valor vá para os fundadores, os investidores recebem de volta o que colocaram — às vezes em dobro. Se a startup for vendida por menos do que o esperado, o investidor pode levar tudo, e o fundador, nada.
2. Participação preferencial
Alguns contratos garantem aos investidores não só a devolução do valor investido, mas também parte dos lucros como se fossem sócios comuns. Resultado: ainda menos dinheiro para os fundadores.
3. Diluição
A cada nova rodada, a fatia do fundador na empresa encolhe. Quem começou com 50% pode acabar com 10% ou menos — e sem voz nas decisões.
4. Controle do conselho
Investidores com maioria no conselho podem vetar vendas, nomeações e decisões estratégicas. Mesmo sendo CEO, o fundador pode ficar sem autonomia.
5. Limites no salário
É comum que fundadores precisem de aprovação para aumentar salários ou fazer contratações. O cargo é de liderança, mas o controle está nas mãos de outros.
Exemplos que viraram alerta
Alguns casos mostram como o entusiasmo por levantar capital pode custar caro no longo prazo:
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Fab.com: captou R$ 330 milhões e foi avaliada em R$ 1 bilhão — mas vendida por R$ 15 milhões.
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Jawbone: arrecadou quase R$ 1 bilhão e fechou sem retorno para os fundadores.
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SugarSync: captou R$ 50 milhões e foi vendida por menos de R$ 10 milhões.
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Color Labs: levantou R$ 41 milhões, mas foi encerrada sem nenhum retorno.
Como se proteger?
Antes de assinar, o empreendedor precisa se preparar. Aqui vão algumas dicas:
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Entenda a ordem de pagamento em caso de venda da empresa.
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Estude cláusulas como drag along, anti-dilution e liquidação preferencial.
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Simule cenários: e se a empresa for vendida por menos? Quem recebe o quê?
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Converse com empreendedores mais experientes.
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E, principalmente: preserve seu poder de decisão.
Buscar investimento não é só sobre dinheiro. É sobre garantir que você continue no comando e seja recompensado pelo sucesso da empresa que criou. Sem isso, a rodada de capital pode se transformar em uma armadilha.
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