São Paulo, SP 1/10/2021 –
A cada ano que passa, mais cedo o varejista começa a se preparar para a Black Friday, uma data que vem batendo recordes de venda, principalmente no ambiente digital. Segundo a Ebit | Nielsen, ano passado as vendas totais das lojas on-line na data cresceram 25,1% em relação a 2019, ultrapassando R$ 4 bilhões. Com o ambiente se tornando mais competitivo, cometer erros agora pode prejudicar as expectativas e retomada de vendas do varejista que trabalha com o virtual.
Somente entre julho de 2020 e julho de 2021, cerca de 288 mil lojas on-line foram abertas no Brasil, de acordo com o serviço PayPal Brasil. Com o abre-fecha do comércio, muitos que tinham apenas lojas físicas viram a estratégia como uma medida urgente para manter as vendas. Agora, durante a segunda Black Friday em meio a uma pandemia, espera-se que o varejista esteja mais maduro no on-line, com algumas lições já aprendidas em 2020.
Para Alessandro Gil, diretor-executivo da Linx Digital, unidade de negócio voltado ao varejo digital da Linx, especialista em tecnologia para o setor, planejamento é a principal arma contra os erros que não podem acontecer no mês de novembro. “Primeiramente, é necessário conhecer seu segmento e seu público. É um grande erro não olhar o cenário de forma ampla e compreender o ecossistema de quem também trabalha nessa área, algo essencial para tomar notas e reproduzir estratégias certeiras”, comenta Gil. “Se o varejista tem uma loja on-line de eletrônicos, por exemplo, é preciso analisar o mercado, ver quais itens o público mais busca, o que pretendem comprar na Black Friday. Planejamento é a chave, e errar nesse ponto afeta o restante da operação”, aponta.
O comportamento do consumidor foi alterado, e esses novos hábitos não são passageiros ou apenas uma fase da pandemia, conforme também atesta a Ebit | Nielsen em um estudo que revelou que 95% dos brasileiros têm a pretensão de seguir comprando on-line mesmo após o fim do período pandêmico. Por isso que, para Gil, aspectos do planejamento de 2020 e 2021 precisam se manter: “O segundo erro para ser evitado a todo custo para quem tem uma loja on-line é não manter o foco nos objetivos para a data e em como alcançá-los. Qual a meta de faturamento? Quantos visitantes precisam navegar no site para gerar as conversões necessárias? Afunilando as respostas para essas perguntas e desenvolvendo soluções, o ticket médio do negócio poderá crescer”, afirma.
A variedade de canais, como marketplaces, sites próprios e redes sociais, pode gerar dúvidas para o varejista, já que existem pontos fortes para cada um. No último ano, a categoria de marketplaces cresceu 52% – cerca de 11% a mais que a média geral do mercado durante o mesmo período – conforme aponta a Ebit | Nielsen. “Por isso, o terceiro erro que o varejo on-line não pode cometer é não planejar de forma inteligente por qual canal quer vender e alcançar seu público. Muitos estão presentes em vários, porque pode fazer sentido, enquanto outros pensam em estar em uma ou duas frentes. O site próprio traz força para a identidade da marca, o marketplace expande a exposição e traz mais tráfego e as redes sociais são uma forma de atrair e fidelizar de forma direcionada”, afirma o executivo da Linx Digital.
Apesar dos altos níveis de avanços tecnológicos no último ano, ainda existem pontos para serem otimizados. Segundo a consultoria BCG, somente 30% das transformações digitais das empresas têm sucesso na execução. Esse número ainda baixo pode ser resultado de deslizes na hora de escolher um parceiro tecnológico para o negócio, conforme explica Gil: “O dono do negócio, na grande maioria das vezes, não é especialista em tecnologia, pois seu ramo é o varejo em si. O quarto erro é não buscar uma parceria que forneça tecnologia de ponta e que assuma esse lado na operação da loja on-line. O cliente irá sentir isso ao acessar o site e enfrentar dificuldades com carregamentos, buscas e possíveis erros”.
Uma pesquisa da Offerwise encomendada pelo Facebook mostrou que o brasileiro definitivamente está de olho nos anúncios on-line que recebe durante a Black Friday. Dentre as ações realizadas após ver um anúncio, 80% buscam mais sobre o produto, 28% visitam uma loja física para ver o produto e 41% colocam o item na lista de compras de uma loja on-line. Os dados demonstram que o marketing digital não é apenas um adicional do planejamento, mas uma das principais chaves para alcançar clientes em potencial.
Para o executivo da Linx Digital, o quinto e último dos erros pode estar justamente nessa etapa, quando varejistas ainda olham de forma simplória para o marketing digital. “Hoje em dia, não basta disparar anúncios de oferta apenas durante o dia da Black Friday. A data agora dura o mês todo, e o varejista precisa definir estratégias, como o uso de mídia paga e orgânica, lives com influenciadores ou especialistas e promoção de reviews de produtos em blogs do nicho – as opções são infinitas. Não é somente sobre trazer o consumidor para o seu site, e sim sobre como converter aquele clique em vendas, e posteriormente em fidelização.”
O mesmo estudo da Offerwise adiantou que 91% dos brasileiros têm a intenção de realizar alguma compra durante a Black Friday – contra 47% em 2020. Considerando que, mesmo com intenções mais tímidas no ano passado, recordes foram batidos, Gil reforça que a expectativa para novas altas de vendas no comércio on-line é embasada. “O consumidor está mais digitalizado, aderindo a outras formas de comprar e usando novos meios de pagamento. O ambiente virtual já faz parte do cotidiano de compras dele e as lojas on-line precisam desviar de todos esses erros para aproveitarem o potencial de vendas na Black Friday”, finaliza.
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