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Apenas 23% dos funcionários estão engajados no trabalho

por DINO
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O relatório State of the Global Workplace 2023, feito pela Gallup, mostrou que apenas 23%  dos funcionários se sentem engajados no trabalho. A Gallup entrevistou 122.416 empregados em 2022, de diversos países do mundo.

Outros dados globais destacados pelo relatório foram as porcentagens de funcionários que não se sentem engajados, divididos entre os que se enquadram na categoria “quiet quitting” (59%) e “loud quitting” (18%). Segundo definição do estudo, os trabalhadores em “quiet quitting” estão apenas “preenchendo uma vaga”, são minimamente produtivos e estão psicologicamente desconectados de seu empregador. Já os “loud quitting” procuram prejudicar a empresa diretamente e se opõem aos líderes por não confiarem neles.

A pesquisa também trouxe dados setorizados por região do mundo. A média de engajamento dos funcionários na América Latina e Caribe, onde o Brasil está inserido, é poucos pontos maior que a global, 31%. O sul asiático lidera o ranking de engajamento dos empregados, com 33%.

Fabio Ruiz é empreendedor e doutorando PhD em Business Administration pela FCU nos Estados Unidos e explica que há vários fatores que contribuem para esse quadro de desengajamento global, dentre os quais está a liderança tóxica.

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“A liderança tóxica é um dos grandes vilões que impulsionam estes fenômenos. A ausência da autoliderança, motivada pela falta de gestão emocional, gera líderes desequilibrados e um ambiente de trabalho tóxico, resultando em fenômenos como o burnout, quiet quitting, fat fire e quiet ambition”, explica o especialista.

A pesquisa da Gallup também investigou o estado emocional dos participantes. Os números mostram, por exemplo, que 44% dos respondentes se sentem estressados diariamente no trabalho. Outros 21% disseram sentir raiva todos os dias no ambiente da empresa.

“Sem o despertar das organizações de que é necessário investir no desenvolvimento das habilidades sócio-emocionais dos seus líderes, continuaremos produzindo não só pessoas desengajadas nas suas funções, mas, sobretudo, miseráveis emocionais para sociedade”, alerta Ruiz. Segundo o empreendedor, para que um líder consiga praticar a empatia e criar um ambiente de trabalho saudável que favoreça o engajamento, primeiro, é preciso que ele desenvolva o controle das próprias emoções.

A Gallup estima que o baixo engajamento dos funcionários custa US$ 8,8 trilhões de dólares à economia global. Após apresentar esse dado, o estudo indica que as lideranças e gerências influenciam diretamente o ambiente de trabalho, e afirma que “há muito o que as empresas podem fazer” para fazer seus funcionários engajados.

O relatório sugere, por exemplo, que líderes que conversem com seus liderados e os inspirem já podem mudar a situação dos “quiet quitters”. Pequenas mudanças na maneira de liderar têm o potencial, segundo o estudo, de fazer com que funcionários desengajados sejam mais produtivos.

“Saber compreender o perfil comportamental daquele com o qual você interage, a fim de estabelecer uma comunicação equilibrada e harmoniosa, pode ser a chave para se estabelecer um ambiente de trabalho estável. Daí a importância do líder se adaptar e não permitir que a sua característica ou o seu perfil individual seja imposto”, conclui Ruiz.

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