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Obedecer ou participar? Estudo analisa futuro da cidadania

por DINO
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O que as novas gerações brasileiras entendem por cidadania? Essa foi a pergunta central da pesquisa “O que é, o que é: Cidadania“, realizada pela plataforma Educação para Gentileza e Generosidade (EGG) entre junho e agosto de 2024. O estudo, de caráter qualitativo, ouviu 188 crianças e adolescentes de escolas públicas e privadas de todo o Brasil, incentivando-os a responder à pergunta “O que é cidadania?”, com o objetivo de identificar as percepções mais comuns sobre o tema. Os resultados revelam que mais de 75% das respostas concentram-se em conceitos de obediência e respeito às regras, enquanto menos de 20% mencionam noções de participação social ativa ou transformação coletiva.

Esse cenário reflete um dilema social: “as futuras gerações estão sendo ensinadas a seguir ordens ou a agir criticamente?”. Segundo a análise, os conceitos mais recorrentes foram agrupados em oito grandes sensos de cidadania, dos quais dois se destacam em volume de respostas:

• Senso de Respeito (26,60%): foco na gentileza, no respeito mútuo e às regras.

• Senso Solidário/Altruísta (20,21%): ênfase na empatia, na cooperação e na ajuda mútua.

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Por outro lado, sensos que refletem participação ativa e transformação social, como o Senso de Participação (19,15%) e o Senso de Transformação/Conduta Proativa (3,19%), aparecem em menor frequência, revelando uma desconexão entre cidadania e engajamento crítico.

Para fins comparativos, foi realizada uma sondagem adicional na região Nordeste, em escola que implementa a metodologia da Educação para Gentileza e Generosidade. O foco foram os alunos da disciplina de Cidadania e os resultados revelam duas tendências: a de considerar a cidadania como um campo de estudos, “a ciência preparatória para a formação de um cidadão”, e um movimento de conscientização sobre a importância da participação ativa como possibilidade sociotransformadora da realidade: “vai além de uma matéria escolar”.

Para Fernanda Budag, coordenadora da pesquisa, esses resultados acendem um alerta sobre a necessidade de repensar a educação cidadã no Brasil: “Ao priorizar o cumprimento de regras em detrimento do pensamento crítico, estamos deixando de preparar as novas gerações para os desafios da vida em sociedade. Considerando que a cidadania não é um conceito estático, mas uma prática diária, o desafio é ensinar crianças a questionarem o mundo ao seu redor, a construírem pontes em vez de muros e a agirem com empatia e propósito em qualquer ambiente, seja na escola, na comunidade ou nas redes sociais.”

 

Cidadania e o nível de politização das novas gerações

Embora o estudo mostre diversidade conceitual na compreensão de cidadania por crianças e adolescentes, o maior interesse na participação política pode ser um dos indicadores da mudança comportamental entre os jovens brasileiros. “Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), durante as eleições municipais, o número de novos eleitores entre 16 e 17 anos cresceu 78% em 2024 em comparação a 2020, totalizando mais de 1,8 milhão”.

Esse aumento pode ser uma validação do impacto positivo de iniciativas de incentivo ao olhar crítico, ao questionamento e à participação, em especial no ambiente escolar.

Obediência ou participação?

Entre as reflexões mais marcantes da pesquisa está a contraposição entre dois polos de cidadania:

• Obediência: cumprimento de regras como principal expressão de convivência.

• Participação: atuação ativa e crítica para transformar o entorno social.

Enquanto seis dos oito sensos identificados no estudo giram em torno da obediência, apenas dois estão relacionados à participação e à transformação. Essa diferença propõe um desafio: como incentivar uma educação que ultrapasse o necessário respeito às normas da convivência em sociedade e promova o engajamento coletivo e crítico visando uma poderosa atuação sociotransformadora para reduzir as desigualdades, ampliar os acessos e melhorar as perspectivas de um futuro sustentável e saudável para todos?

 

Desafios e reflexões

Os resultados da pesquisa desafiam famílias, educadores e sociedade a repensarem sua abordagem sobre cidadania.

Para além do respeito às regras, como incentivar o olhar crítico, o questionamento, a participação e a ação das novas gerações? Quais espaços e ferramentas precisam ser criados para transformar crianças em agentes de transformação social? Pais, professores e demais educadores estão preparados para ensinar cidadania?

 

Sobre a Educação para Gentileza e Generosidade (EGG)

A plataforma Educação para Gentileza e Generosidade (EGG), projeto social da Umbigo do Mundo, oferece gratuitamente soluções sistêmicas integrativas e interdisciplinares baseadas nos sete princípios da educação para gentileza, generosidade, solidariedade, sustentabilidade, diversidade, respeito e cidadania (7PEGG). Para escolas, disponibiliza metodologia com planos de aula alinhados à BNCC. Para famílias, oferece atividades e conteúdos didáticos. Para jovens, promove eventos e formação. Para a sociedade, desenvolve pesquisas sobre a infância e a juventude. Para empresas, propõe programas de desenvolvimento humano.

 

Sobre a série de pesquisas “O que é, o que é”

A série de pesquisas “O que é, o que é” busca mapear as percepções infantis sobre cidadania e outros princípios essenciais para a construção de um futuro mais consciente e colaborativo.

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