Home Notícias Corporativas Sustentabilidade humana está diretamente relacionada com a neurobiologia

Sustentabilidade humana está diretamente relacionada com a neurobiologia

por DINO
0 comentários

As discussões acerca de sustentabilidade vêm ganhando espaço no meio corporativo. Segundo artigo publicado na revista Exame, o termo ESG – sigla em inglês que representa as áreas ambientais, sociais e de governança (environmental, social and governance) – surgiu para guiar os esforços das empresas com relação à sustentabilidade em todos os seus aspectos. O termo foi criado em 2004 por um grupo de trabalho voltado ao investimento sustentável ligado à Organização das Nações Unidas (ONU).

Porém, embora o ESG tenha servido como um norte nos avanços em várias empresas com relação a iniciativas de sustentabilidade, existe ainda um aspecto essencial que não é contemplado: a sustentabilidade humana.

“A sustentabilidade humana contempla todo o ESG e adiciona um conjunto de ações que garantem a própria perpetuação da espécie, incluindo o equilíbrio físico, emocional, mental e espiritual”, afirma Flávia Lippi, especialista em neurociências, comportamento, saúde mental e inovação nas relações de trabalho.

Para a especialista, a sustentabilidade perpassa obrigatoriamente pelas questões humanas, incluindo o equilíbrio, a escolha da bondade, a ética, a compaixão. Sem isso, o termo é esvaziado ao não contemplar também a humanidade como espécie e sua relação com o planeta.

banner

“Em 1972, aconteceu a primeira Conferência Internacional das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, na Suécia, para discutir o meio ambiente, seus recursos e as ações sofridas pelas atividades humanas”, completa Flávia Lippi. “Naquela época, já deveria ter sido chamado de sustentabilidade humana”, finaliza a cientista.

A importância da neurobiologia na sustentabilidade humana

Ao observar a maneira como serão supridas as necessidades das gerações presentes e futuras, com os recursos naturais, físicos, mentais e espirituais, é possível discutir a sustentabilidade humana em todos os seus contextos.

Para isso, considera-se essencial o acesso permanente à educação, cultura, esporte, lazer, assistência médica e todos os aspectos que permeiam a perpetuação da vida de comunidades. Isso garante a gerações futuras uma nova possibilidade de traçar seu futuro.

Porém, Flávia Lippi aponta que para reconhecer e entender isso, é preciso conhecer e respeitar outras culturas – sejam as culturas das organizações e, principalmente, a cultura ancestral de todos os povos.  

“A sustentabilidade organizacional, que acontece dentro das empresas e também está presente nas comunidades, é um debate sobre identidade cultural. Isso inclui discussões sobre autoafirmação, pertencimento de grupos e a própria identidade como espécie”, comenta Flávia Lippi.

O neuroeconomista Paul Zak, da Claremont Graduate University, estuda um conceito conhecido como a molécula da confiança. Suas pesquisas no campo da neurobiologia provam que a ocitocina, um hormônio produzido pelo corpo humano, é capaz de tornar as pessoas mais empáticas, disponíveis e com maior confiança umas nas outras – mesmo no caso de estranhos ou desconhecidos.

Dessa maneira, há uma união entre sustentabilidade e saúde mental. Ao reconhecer seu pertencimento em determinado lugar e cultivar bons relacionamentos, cada vez mais pessoas estão abertas a acolher e ter comportamentos cooperativos, bondosos e pró-sociais, valorizados em todas as culturas do planeta.

Para isso, é essencial um conhecimento profundo de outras culturas, pessoas e comunidades diferentes.

Em prol desse objetivo, Flávia Lippi e Dr. José Raimundo Lippi, cofundadores do IDHL, estarão mergulhados com uma equipe de saúde mental atendendo voluntariamente as populações ribeirinhas durante a primeira semana de dezembro de 2022. A ONG local do Grupo Girassóis e sua diretora, Antonia Fróes, mapearam os pontos mais urgentes, onde crianças e adolescentes serão atendidos. Além disso, psicólogos, assistentes sociais e médicos aprenderão técnicas avançadas de regulação emocional.

Carolina Abilio, mestre em ciência e pesquisadora do IDHL, afirma que o material preparado tem a intenção de oferecer recursos para que os participantes aprendam a cultivar níveis cada vez maiores de bem-estar emocional. O material tem base no CEB, programa Cultivating Emotional Balance, desenvolvido por Paul Ekman, psicólogo que dedicou-se por décadas ao estudo das emoções, e Alan Wallace, físico e estudioso das tradições meditativas. O CEB resultou de um encontro do Mind & Life Institute em março de 2000, onde discutiu-se acerca do tema: emoções destrutivas.

Além disso, o IDHL atenderá também a tribo Turuma, aldeia Sateré, no Parque das Tribos, e mais de 35 etnias localizadas nos arredores de Manaus. A líder Indígena Lutana, cacique responsável por receber a equipe, vai trocar conhecimento ancestral com base na medicina do conhecimento, como os indígenas chamam as ervas, as tradições de cura, e contar com a colaboração do “homem branco” para entender os casos mais graves que necessitam da ajuda dos especialistas em saúde mental e emocional.

Flávia Lippi afirma: “o respeito absoluto e amizade com os povos da mata, que a recebem há mais de 20 anos, não só moldou seu olhar sobre a vida, mas também abriu portas para um conhecimento que jamais deverá ser perdido”. Completa dizendo: “a sustentabilidade é investir em passado, presente e futuro. Quando é investido tempo compassivo, tem-se efetivamente uma sustentabilidade local, da vida, do ambiente, e de todos os povos”.

Posts Relacionados

A riqueza do varejo brasileiro, as tendências, as melhores práticas do mercado você só encontraca na Negócio e Franquia, descubra tudo sobre FRANQUIAS, SHOPPING CENTERS, EMPREENDEDORISMO, GESTÃO, NEGÓCIOS, CULTURA, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E CONHEÇA AS POLÍTICAS PÚBLICAS para o mundo dos negócios.

Copyright @2024 – Todos os Direitos Reservados. Desenvolvido por 77Prime Labs

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Assumiremos que você está ok com isso, mas você pode cancelar, se desejar. Aceitar Ler mais