São Paulo -SP 19/10/2021 – Atualmente, muitas empresas já sabem que produzir e preservar não são ações antagônicas.
A 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas será realizada em Glasgow, na Escócia, de 31 de outubro a 12 de novembro deste ano. A Conferência de Glasgow será somada aos grandes projetos anteriores, que foram iniciados em 1983, quando, por decisão da 38ª Assembleia Geral da ONU, foi criada a Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento.
Em 1992, no Rio de Janeiro, ocorreu a Cúpula da Terra (Rio-92), na qual surgiu a Agenda 21 e dois grandes acordos internacionais: Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e Convenção sobre Diversidade Biológica. “Na ocasião, as nações assumiram compromissos para reduzir emissões de gases de efeito estufa e criar mecanismos de adaptação às mudanças climáticas”, salienta Vininha F. Carvalho, economista, administradora de empresas e editora da Revista Ecotour News & Negócios (www.revistaecotour.news).
A partir de 1995, instalaram-se as COPs. Dentre estas, as que tiveram maior relevância foram: a COP 3, no Japão, em 1997, quando se firmou o Protocolo de Kyoto, que vigorou de 2008 até 2012; a COP 13, em Bali, na Indonésia, em 2007, na qual se adotou o Bali Road Map, que definiu os cinco temas estratégicos das negociações (“Visão Compartilhada”, “Mitigação”, “Adaptação”, “Tecnologia” e “Financiamento”); a COP15, em Copenhagen, na Dinamarca, em 2009, na qual se abordaram o apoio tecnológico e o financiamento para apoiar países em desenvolvimento no enfrentamento dos impactos da mudança do clima. Porém, foram poucos os resultados; a COP 16 (2010/Cancun/México), em que foram instituídos o Fundo Verde do Clima, Mecanismos de Transferência Tecnológica e Ações de Adaptação; a COP 18 (2012/Doha/Catar), com a negociação da prorrogação do Protocolo de Kyoto por sete anos e a COP 21, na França, em 2015, na qual foi firmado o Acordo de Paris.
A Amcham Brasil, em conjunto com executivos de mais de 100 empresas e entidades, lançaram no dia 27 de setembro, o posicionamento “Empresários pelo Clima”, que recomenda medidas para a promoção de uma economia de baixo carbono e para a retomada verde da economia.
O documento, coordenado em parceria com o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), destaca a importância de ações eficazes para a preservação do meio ambiente e combate ao desmatamento ilegal, medidas empresariais para reduzir e compensar emissões de gases do efeito de estufa, investimentos em tecnologias verdes e o desenvolvimento de mercados de carbono voluntário e regulado no Brasil.
“O setor empresarial no Brasil está cada vez mais engajado na agenda climática e consciente das oportunidades oferecidas pela transição para uma economia verde. O amplo apoio da liderança empresarial de diversos setores reunidos neste posicionamento demonstra o seu compromisso e desejo por ações efetivas e ambiciosas”, afirma a CEO da Amcham Brasil, Deborah Vieitas.
“A iniciativa publicada será levada para a Conferência sobre o Clima, a COP 26, atendendo ao chamado do Acordo de Paris, que confere ao setor produtivo participação relevante no combate às mudanças climáticas, em parceria com governos e sociedade civil”, relata Vininha F. Carvalho.
A COP 26 terá grande relevância para o setor privado, pois, em médio e em longo prazo, a competitividade dos negócios será influenciada por suas decisões. A agenda ESG (sigla do inglês para Meio Ambiente, Social e Governança Corporativa) torna-se cada vez mais decisiva para nortear investimentos e a decisão dos consumidores e delinear a reputação das empresas.
“Atualmente, muitas empresas já sabem que produzir e preservar não são ações antagônicas. Para que o Brasil avance no combate ao desmatamento e se enquadre como protagonista na aplicação das soluções baseadas na natureza, é preciso unir forças para reduzir ao máximo as emissões de carbono. É tempo de construir uma economia mais sustentável e que permita ao Brasil e ao mundo o cumprimento das metas que serão acordadas, visando a contenção das mudanças climáticas”, finaliza Vininha F. Carvalho.
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