Os shopping centers têm sido um marco no cenário do varejo por décadas. No entanto, a entrada de fundos de investimento na gestão desses espaços trouxe uma mudança significativa na forma como são operados. Isso tem sido a grande a encruzilhada criada pelos shopping centers.
E os empreendimentos tem quebrado a cabeça na tentativa de equilibrar o Mix de Lojas e o Entretenimento. O foco principal, que antes era o mix de lojas, ou “Tenant Mix”, tem sido gradualmente esquecido. Em vez disso, os shoppings e seus superintendentes se tornaram aprovadores e criadores de entretenimento.
Os fundos de investimento, apesar de trazerem bons investimentos, transformaram o modelo de negócios que antes se apoiava em boas lojas. “Eles transformaram o modelo de negócios em um projeto de receita imobiliária, onde pouco importa as lojas que estão lá dentro, desde que tragam receitas de aluguéis para os empreendedores e investidores”, afirma Rodrigo Campelo, Coordenador de especialização da PUC Minas.
O “Tenant Mix” era a espinha dorsal dos shopping centers. Era a combinação cuidadosamente curada de lojas que garantia uma experiência de compra diversificada para os clientes. No entanto, com a entrada dos fundos de investimento, a ênfase mudou. Como observou o especialista em varejo, João Dutra da MT Pesquisas e Estratégias, “Os fundos de investimento estão mais interessados em maximizar os retornos do que em manter a diversidade do mix de lojas”.
Isso levou a uma mudança na paisagem dos shopping centers. Agora, eles estão se tornando mais como centros de entretenimento do que centros de compras. Os superintendentes estão se tornando mais criativos, introduzindo várias formas de entretenimento para atrair os clientes. No entanto, isso levanta a questão: como equilibrar lojas e entretenimento em um shopping center?
A resposta não é simples. É uma arte difícil encontrar novidades nos shoppings nos dias atuais. No entanto, é essencial para manter os clientes engajados. Como Dutra reforça em sua palestra, uma consultora de varejo, coloca, “Os shoppings precisam oferecer algo novo e excitante para os clientes em cada visita. Caso contrário, eles correm o risco de se tornarem obsoletos”. Campelo completa a ideia de Dutra “Tudo mudou nos últimos anos. O comportamento de consumo, as pessoas e principalmente o jeito de comprar. Os shoppings estão caminhando a passos largos para se tornar um local de experiência de consumo. O que me fez questionar é se esse modelo paga a conta no final do mês”, ressalta o coordenador.
Para ele é preciso parar de pensar no consumo apenas dos grandes centros. Ficar atento ao que acontece no interior. “Shoppings como de algumas cidades no interior em alguns casos contam com corredores fechados, e muitas lojas vazias. O planejamento e mudança macro econômica tiveram fortes impactos em alguns equipamentos Em casos específicos a gestão se esquece de aproximar da cidade e dos moradores. Enquanto o planejamento for industrial e sem pensar no mix de lojas e como aproximar da cidade com características bem regionais, casos como esse vão continuar acontecendo em diversas partes do país“, conclui Campelo.
É importante ressaltar que o consumo dos clientes atuais está focado no novo formato. É crucial que os shoppings encontrem um equilíbrio entre lojas e entretenimento. Eles precisam garantir que o entretenimento não ofusque o mix de lojas. Ao mesmo tempo, eles precisam garantir que o entretenimento seja suficiente para manter os clientes engajados.
A entrada de fundos de investimento na gestão dos shopping centers trouxe uma mudança significativa na forma como são operados. No entanto, é crucial que eles não esqueçam seu principal negócio – o mix de lojas. Ao equilibrar cuidadosamente lojas e entretenimento, os shopping centers podem garantir que continuem a ser relevantes e atraentes para os clientes.
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