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Ao infinito e além, mas sem tirar os pés do chão

Cesar Cantarella*

por Central Press
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Em meio a um Universo tão vasto, lá está nossa casa: um planeta cheio de riquezas e oportunidades, em algum lugar da Via Láctea. Somos em 8 bilhões de pessoas com muitos problemas para serem resolvidos ao longo de mais ou menos 80 anos de vida. E, já há algum tempo, temos a tecnologia como companheira, carregamos o mundo no bolso e estamos com o poder nas mãos. Com um simples clique, compramos um carro ou, então, otimizamos os pontos de contato com clientes. Mas, por trás de cada uma dessas soluções, estão milhares de empreendedores pensando na próxima ideia que vai revolucionar o dia a dia de muitos. E os brasileiros são personagens fundamentais na construção desse universo de possibilidades.

O cenário é vibrante e disputado. Nessa longa viagem para conquistar uma galáxia inteira é preciso ter a inovação como oxigênio e a vontade de resolver os problemas como missão. Mais do que ter uma boa ideia, a cabeça deve estar aberta para o novo e, ao mesmo tempo, focada na realidade, buscando alternativas, principalmente, quando o caixa não tem recursos ilimitados. As startups sabem disso e já nascem com o DNA global, desenhadas e estruturadas para explorar o mercado como um todo, seja a partir do primeiro dia de fundação ou de forma gradual, conforme vão amadurecendo. No Brasil, essas companhias representam uma nova cultura do empreendedorismo e estão muito bem posicionadas para além das fronteiras.

Junto ao samba e ao futebol, agora, o que representa o país é a capacidade de criar soluções inovadoras. Para as empresas que têm o crescimento sustentável como estratégia, sempre haverá um espaço garantido para atrair bons investidores. Mas, para alcançar o sucesso, não se pode ter pressa. Algumas startups são como foguetes, tentando chegar à Lua enquanto voam e pegam carona nos bons ventos da mudança. Outras, seguem com toda a calma necessária, mas firmes, rumo ao pico mais alto. O fato é que precisamos parar de nos colocar como inferiores frente aos outros países e usar o complexo de vira-lata como uma oportunidade. Afinal, somos mais resistentes e vividos do que muitos empreendedores dos Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha.

O Brasil está na elite de países com as melhores startups e muitas delas estão virando unicórnios. Cidades semelhantes a Curitiba, capital do Paraná, que antes não tinham tanta expressão no mundo da inovação, passam a ganhar destaque junto de grandes metrópoles como São Paulo. Mais do que um número bilionário, esses unicórnios representam uma filosofia, um espírito e um processo de construção focado na digitalização. Uma ferramenta que agora faz parte do nosso dia a dia de uma forma muito mais acentuada. Em um Universo que já tem 10 ou 15 bilhões de anos, estamos constantemente esbarrando em surpresas. Olhar para o céu, observar as estrelas e imaginar a vastidão do cosmo faz com que a gente se sinta pequeno, mas, ao mesmo tempo, imenso, porque somos parte desse todo.

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Sim, a cada dia novos desafios nos são apresentados. Com o mercado andando a passos lentos, os investidores bastante criteriosos e os clientes cada vez mais exigentes, o espaço sideral parece estar apenas favorável para startups mais experientes. Se, por acaso, algum empreendedor atravessou os últimos anos sonhando com um cenário pós-pandêmico tranquilo e próspero, o despertar certamente não foi dos melhores. O inverno das startups reduziu a marcha dos possíveis novos unicórnios, fazendo muitos colocarem o pé no freio e repensarem toda a sua estratégia de negócio para se adaptar ao novo momento sem perder a vontade de levar as suas soluções para o maior número de clientes possíveis.

Não temos tempo a perder. No mundo dos negócios, cada minuto vale ouro. Por isso, precisamos encarar de frente os desafios e fazer das startups uma plataforma forte de inovação para a geração de empregos qualificados, o aumento da renda dos trabalhadores e a impulsão da economia. Claro que tudo isso sem esquecer do crescimento sustentável e da visão para o longo prazo. E, para colher bons frutos, é essencial se juntar a investidores que têm propósitos semelhantes, afinidade com o core da empresa e ambição de crescimento, além de manter o foco em resolver dores reais dos seus clientes.

Ao infinito e além. As startups brasileiras estão rompendo as barreiras nacionais e mostrando que tem lugar para todas brilharem. Essas empresas criam projetos ousados, exploram novos horizontes e deixam sua marca no mundo. A jornada é desafiadora, mas a perseverança, a criatividade e a colaboração são os combustíveis que permitem continuarem a avançar sem tirar os pés do chão. Se olharmos com atenção, vamos entender que somos muito mais do que uma poeira cósmica surfando nas ondas gravitacionais do Universo. Somos pessoas que acreditam em outras pessoas e que querem tornar a vida cada vez mais fácil. Então, apertem os cintos. A viagem das startups brasileiras ao redor do mundo está apenas começando, e mal podemos esperar para ver as descobertas e conquistas que ainda estão por vir.

* Cesar Cantarella, CEO da Dealersites

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