A ABF (Associação Brasileira de Franchising) prevê que, em 2025, o faturamento das franquias brasileiras poderá crescer cerca de 12,1%, seguindo a tendência de crescimento observada nos anos anteriores. Além disso, estima-se que haverá um aumento de 8% a 10% no número de unidades de franquias, com a abertura de mais de 200.000 novas unidades no Brasil.
Franquias de setores como alimentação, saúde, beleza e bem-estar continuam a dominar o mercado, sendo responsáveis por uma fatia significativa do faturamento total. O setor de turismo também se destaca como uma oportunidade de investimento em 2025, impulsionado pela recuperação de viagens nacionais e internacionais.
Além disso, cidades como Goiânia, Florianópolis, Curitiba, Barueri e Campo Grande estão apresentando maior crescimento no faturamento de franquias, com aumentos variando entre 20% e 25%. Esses dados destacam a importância de escolher uma localização com alto potencial de consumo.
Quanto às tendências, sustentabilidade e tecnologia são áreas emergentes no franchising. Franquias que investem em produtos naturais, orgânicos e com apelo ambiental têm grande potencial de crescimento.
Em termos de localização, há franquias em que a sede prefere definir o local da implantação da unidade para o franqueado. No entanto, também existe a possibilidade do franqueado escolher a localização, como é o caso da Kogno Ensino, que presta suporte no processo de escolha do imóvel. Em ambas as possibilidades, os empreendedores devem seguir alguns passos para analisar a área:
- Análise de Mercado: Avalie a demanda para o produto ou serviço na região.
- Concorrência: Estude a concorrência local para entender os desafios e oportunidades.
- Acessibilidade: Certifique-se de que a localização seja de fácil acesso para clientes e funcionários.
- Visibilidade: Garanta que a unidade tenha boa visibilidade para atrair clientes.
- Custos Operacionais: Considere custos como aluguel, impostos e manutenção para garantir a viabilidade do negócio.
Com essas novas informações, é evidente que as franquias seguem sendo uma opção promissora para investidores. A chave para o sucesso continua sendo uma escolha cuidadosa da localização, aproveitando os crescentes mercados e inclinando-se para tendências emergentes.
O que deve ser observado na hora de escolher o local
Pessoas:
Não há mercado sem consumidor. No primeiro momento, pense na quantidade de pessoas que cabem na sua unidade de franquia. Assim, você já tem uma noção de quais áreas você pode selecionar para planejar a implantação.
Depois, é necessário ver quem mora ou transita no local em que você está analisando para implantar a unidade. Para o João Caetano, do Mapfry, o empreendedor tem que entender qual é o tipo de família, idades e qual é o poder de compra dos moradores. “Essas pessoas moram sozinhas? É uma família grande ou pequena? A composição familiar ajuda a entender a dinâmica de consumo. A família, quanto maior ela for, mais ela vai preparar as coisas em casa e dificilmente pede delivery. Já uma pessoa sozinha pode julgar que não faz sentido se dedicar a uma tarefa para um grande volume de atividades, como fazer comida em casa”, explica.
O próximo passo é entender a idade das pessoas que moram na área e, unindo as duas informações, fazer uma inferência de arranjo, que é caracterizar o tipo de família: uma mãe solo com uma criança, um filho que cuida do pai idoso, um casal jovem com filhos. Todos estes arranjos têm tipos de consumo diferentes e, consequentemente, poderes de compra distintos.
João também ressalta que temos que desconstruir a ‘Grande Família’ – citando a série da TV Globo – de nossas cabeças ao implantar uma franquia e abrir a mente para outros tipos de núcleos familiares ao montar os ‘arranjos’.
Outro ponto é olhar as características do local onde as famílias moram. Caso as pessoas morem em um apartamento alugado, o poder de compra diminuirá. O mesmo acontece com pessoas que acabaram de comprar uma casa e parcelaram por um período de 10 anos: uma parte do poder de compra ficará destinada à quitação.
Por isso, fique atento: nem sempre, casa nova é sinal de gente com possibilidade de comprar.
Um bom ponto de referência para fazer a conta do poder de compras de pessoas, na visão do empresário, é a concorrência ou comparação entre as unidades das franquias. “Você precisa de uma referência de alguém que vai bem para saber uma quantitativa de quem movimenta o negócio”, afirma João.
A tecnologia está lado a lado do empreendedor neste momento, como conta Pedro Ricci, da Kogno Ensino. “Uma vez que você define bem qual o público alvo, ajuda bastante na segmentação. No Kogno, a gente usa ferramentas de dados demográficos, com perfil de renda, concentração de renda, densidade demográfica. Inclusive, tamanho populacional para a gente fazer uma estruturação da capacidade de faturamento daquela operação”.
Área:
A área física também pode ser um dilema. O local precisa seguir padrões quantitativos – número de pessoas que podem ficar no espaço, por exemplo – e qualitativos – qualidade do imóvel ou segurança física da rua. Essas questões podem aumentar ou diminuir o preço do aluguel, assim como o lucro da unidade.
“Fique atento à metragem, condição do imóvel, valor do aluguel, necessidade de investimento em reforma, movimentação da rua, segurança, principalmente se há câmeras nas vias públicas e lojas que ficam abertas até mais tarde”, pontua Pedro.
O empresário, no entanto, atenta que as questões qualitativas podem ser subjetivas. A Kogno criou estratégias para seguir um padrão, como pedir para o franqueado gravar o local e avaliá-lo.
Em questão de qualidade do local, João Caetano dá a dica de olhar para qual lado o sol se põe e escolher o imóvel que fique com sombra durante o dia. “Você até pode querer ter uma loja no lado quente, mas você tem que saber disso”.
Pedro também lembra que há fatores externos à análise que dificultam a escolha do local, como a impossibilidade de aluguel. Além disso, não se assuste com os preços. Tudo é uma questão de estratégia e projeção de faturamento: “talvez, em um ponto da cidade, o aluguel pode ser mais caro, mas o número de pessoas é tão bom que justifica. Então vai se equilibrar o faturamento”, explica João.
Feeling ou pesquisa?
Seguir ou não seguir o feeling é quase o ‘ser ou não ser’ de Shakespeare. Mas, neste caso, os especialistas indicam um meio termo, um balanço, equilíbrio. O feeling empresarial pode te trazer grandes frutos, porém pode ser arriscado.
Para Ricci, uma boa ideia é separar algumas opções por feeling e, depois, com muita análise e pesquisa, escolher os locais que sobraram. “Nada substitui o feeling, o entendimento da área”, completa.
João também segue este pensamento e gosta da ideia de “feeling + estudo”. “Eu gosto da ideia de estudo em primeiro e o feeling vem depois. Não digo que o estudo vai me mostrar um mapa e quanto eu vou faturar, mas me mostra uma região. E, então, a gente desce e vai sentir. Existem muitas variáveis em jogo que os sistemas não capturam. Ainda que os softwares estejam evoluindo, as ferramentas mais sofisticadas é a sola do sapato”, diz.
Para ele, o estudo é importante para o empreendedor escolher qual é o melhor local para fazer uma imersão de qualidade e, assim, escolher o ponto de implantar a franquia.
Por fim, Pedro afirma que apesar da central da franquia dispor de todas as ferramentas para o franqueado ser bem sucedido, outros fatores podem afetar o resultado. “Nunca é certeza que um ponto será um sucesso. O maior desafio de um franqueado é ajustar as expectativas”, conclui.
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