São Paulo, SP 31/8/2021 –
Segundo um levantamento da empresa norte-americana de venture funds Mercom, somente no primeiro semestre de 2021 foram investidos 15 bilhões de dólares em empresas de telemedicina. Isso representa um crescimento de 138% em relação ao primeiro semestre de 2020. O estudo mostra que investimentos como estes alimentam a imensa diversidade de propostas das empresas de digital health. De acordo com estudo da KPMG divulgado no início deste ano, o Brasil já conta com 542 startups de saúde (healthtechs). O foco dessas empresas é em redesenhar processos para criar experiências disruptivas de diagnóstico e atendimento nas mais variadas áreas. Pesquisa da Fiocruz divulgada em março de 2021 a partir de entrevistas com 25 mil profissionais de saúde brasileiros mostra um universo muito diversificado atuando na luta contra a Covid-19: 58% desse grupo é formado por enfermeiros, seguidos de 22,6% de médicos, fisioterapeutas (5,7%), odontólogos (5,4%), farmacêuticos (1,6%) e por outras posições de trabalho (5,7%).
Vitor Simão, diretor regional da Medallia Brasil, conta que o uso de tecnologias digitais na medicina veio para ficar e que uma das novas fronteiras da telemedicina diz respeito ao uso de tecnologias de vídeo para prover feedback de pacientes aos médicos, enfermeiros e técnicos. “Trata-se de uma área sensível, que exige uma visão estratégica para atingir seus objetivos: a melhoria constante dos serviços de saúde oferecidos ao povo brasileiro”, ressalta.
Um estudo realizado pela instituição de pesquisa global Springer Nature, empresa responsável pela publicação da revista Nature, no primeiro semestre de 2021 com 103 estudantes de medicina do Reino Unido ressalta os desafios dessa tarefa. Na primeira fase do estudo foi oferecido feedback por escrito aos estudantes de medicina. A grande maioria acreditou em parte no feedback – numa escala de 1 a 5, sendo 1 a rejeição ao feedback e 5 a aceitação do feedback, 3 foi a principal marca atingida. Na segunda fase do estudo foi oferecido um feedback em que os pacientes se manifestavam por meio de um vídeo. Nesse momento, ficou clara a maior aderência dos estudantes de medicina a essas avaliações: numa escala de 1 a 5, 4 foi a marca obtida.
O diretor da Medallia Brasil, empresa que é líder em Customer Experience Management, segundo o estudo The Forrester Wave™: Customer Feedback Management Platforms, Q2 2021, conta que no Brasil ainda não existem estudos sobre o impacto do feedback em vídeo sobre os profissionais de saúde. Uma pesquisa realizada em 2006 com 3.000 alunos de medicina e residentes de instituições médicas de São Paulo e Campinas – estudo publicado na Revista Brasileira de Educação Médica -, porém, mostrou a criticidade do tema. 95% do universo entrevistado considerou que dar e receber feedback é uma habilidade essencial para o profissional de saúde. “A razão para isso é clara: os médicos ingressaram nessa profissão para ajudar pessoas, conectar-se com pacientes e prestar apoio durante alguns dos momentos mais desafiadores da vida dos pacientes. Esses profissionais querem saber que estão fazendo diferença, e um feedback significativo pode proporcionar esse senso de conquista”, afirma Simão.
Para o executivo da Medallia, desde o início da pandemia do Covid-19, a jornada de médicos, enfermeiros e técnicos brasileiros mudou para sempre. Ele conta que as interações cada vez mais digitais tornam essencial humanizar as práticas de feedback nas instituições de saúde. “O vídeo se tornou uma plataforma universal para captura de comunicação verbal e não verbal, e há uma boa razão para isso. Comportamento não verbal, como movimentos e postura do corpo, expressões faciais, contato visual, gestos das mãos e tom de voz, contribuem para a maneira como nos comunicamos e entendemos uns com os outros. Embora seja frequentemente mais sutil, a comunicação não verbal pode ser mais eficaz do que a comunicação verbal, por ser melhor do que palavras para transmitir significados. De fato, 93% da comunicação atual é não verbal, sendo 55% expressados por meio de linguagem corporal e 38% por meio de tom de voz, segundo uma pesquisa do Dr. Albert Mehrabian, pioneiro nos EUA em pesquisa de linguagem corporal”, ressalta Vitor Simão.