A indústria de alimentos está trabalhando em plena capacidade e tem encontrado algumas dificuldades. Falta plástico e papelão para atender demanda brasileira. O resultado disso é a falta dos dois produtos e a alta dos preços.
Outro ponto importante tem sido a alta na demanda gerada pelo delivery e pelo material hospitalar. Entretanto, somente esses dois fatores não explicariam sozinhos a falta gerada no mercado brasileiro, conforme explica Ivana Braga, presidente do Sindicato da Indústria do Material Plástico do Estado de Minas Gerais (Simplast).
Os desafios da indústria
O primeiro desafio da indústria está ligada a produção de embalagens plásticas. Os insumos que são utilizados para fabricação tem sofrido reajustes semanais e não tem sido encontrados no mercado brasileiro. De acordo com Ivana Braga, o abastecimento de plástico no estado de Minas Gerais despencou pela metade o que tem gerado grande impactos na indústria regional.
O segundo desafio tem sido com a produção de embalagens de papelão. Eles além de serem usados como embalagens de alguns produtos são utilizados para transporte de material até os pontos de venda. A queda da coleta seletiva de lixo que ficou paralisada em cidades como Belo Horizonte durante a pandemia gerou a interrupção do trabalho dos catadores de recicláveis.
A diminuição desses produtos acabou refletindo na quantidade de material disponível para reutilização pela indústria. Além disso, o aumento do consumo nacional somado a força dos clientes no exterior (exportação) com consecutivas altas do dólar tem feito com que os fornecedores não conseguiam importar produtos, absorver novos clientes, e somente atender clientes atuais com restrição de volumes adicionais.
A falta plástico e papelão para atender demanda brasileira tem afetado de forma drástica a indústria. De acordo com o jornal O Globo, e o Valor Econômico o custo de produção das embalagens plásticas já subiu mais de 20% e o aumento do papelão supera os 30% somente no último mês.
O que tem sido feito para mudar no mundo
O Canadá já se manifestou e proibirá itens plásticos de uso único a partir de 2021. O país que produz 3 milhões de toneladas de resíduos plástico por ano, recicla apenas 9%. A meta com essa medida é virar a própria mesa e reciclar 90% dos plásticos gerados no país até 2029.
As sacolas de compras, canudos e outros itens de plásticos de uso único ficarão proibidos no Canadá a partir do ano que vem. É importante ressaltar que a medida, que alcança outros elementos como embalagens e talheres de comida difíceis de reciclar, fazem parte de um plano ambicioso para a eliminação total de resíduos plásticos até 2030. De acordo com o ministro do Meio Ambiente Jonathan Wilkinson, o Canadá não está liderando o mundo nisso. Muitos outros países da Europa, Reino Unido tem buscado soluções nessa direção.
Plástico como combustível: uma nova perspectiva
Foi divulgada em 2016 uma pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia em Irvine, nos EUA, e pelo Instituto de Química Orgânica de Xangai, China, em que obteve como resultado a possibilidade de dissolver plástico para gerar combustível. Ainda não há estudos que comprovem a eficácia, entretanto, podemos apontar que estão sendo criadas novas possibilidades para o reaproveitamento dos compostos plásticos, lembrando que o polietileno é o tipo de plástico mais comum encontrado na composição de diversos produtos, como embalagens, por exemplo.
Vale lembrar que o uso do plástico como combustível não é uma discussão nova e vem ganhando força nos últimos anos. Em 2014, por exemplo, pesquisadores indianos divulgaram a descoberta de um método que transformaria sacolas plásticas em um óleo com propriedades petroquímicas. No entanto, embora promissor o projeto indiano ainda exigia uma grande quantidade de energia, sendo necessário o cozimento das sacolas em temperaturas próximas a 500 graus.
Hoje a humanidade depende do plástico, que está presente em uma infinidade de produtos para os mais diversos fins. Mesmo sabendo que são recicláveis, milhares de toneladas desses compostos são descartados diariamente de forma incorreta e gerando poluição ambiental. Criar alternativas que permitam o melhor reaproveitamento desses resíduos são fundamentais.
E se conseguirmos combinar a possibilidade do criar uma nova matriz energética, utilizando o plástico como combustível, isso será muito melhor e ampliará as possibilidades de reutilização.
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