9/3/2022 – O mercado da moda tem caminhado para esse novo momento, que traz muitas interações on-line, mas que sente a falta do calor humano dos desfiles presenciais
Passada a fase mais crítica da pandemia de Covid-19, as passarelas do mundo da moda estão voltando a receber os holofotes, apagados há algumas temporadas. Exemplo disso, a 25ª edição da London Fashion Week (Semana de Moda de Londres, em português) ocorreu de forma presencial entre os dias 18 e 22 de fevereiro, na capital da Inglaterra, após dois anos com apresentações digitais ou híbridas.
Este ano, o evento contou com a participação de mais de 130 marcas, mas somente 37 promoveram desfiles presenciais. A London Fashion Week foi realizada em um contexto em que o Reino Unido retirou a obrigatoriedade do uso de máscara e do teste com resultado negativo, além de levar a atual crise sanitária à categoria de endemia.
Da mesma forma, a edição de 2022 da New York Fashion Week (Semana de Moda de Nova York, em português) voltou a ser realizada nos Estados Unidos, de forma presencial. O evento ocorreu entre os dias 11 e 16 de fevereiro, com desfiles de outono-inverno.
Para Guilherme Schneider, CEO da Forum Model Management – empresa que atua com agenciamento, capacitação e desenvolvimento artístico -, a retomada dos grandes desfiles presenciais é assertiva: “O mercado da moda tem caminhado para esse novo momento, que traz muitas interações on-line, mas que sente a falta do calor humano dos eventos e desfiles presenciais”.
Na avaliação de Schneider, as perspectivas são positivas para o mercado da moda, que deve caminhar forte em 2022, mesmo diante do surgimento de síndromes gripais e novas variantes do coronavírus Sars-Cov-2, como a ômicron.
Segundo balanço realizado pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), caiu o número de internações por conta de Covid-19 em hospitais de todo o país. Somente Mato Grosso do Sul (82%) e Distrito Federal (100%), estão na faixa considerada crítica, com taxa de ocupação de leitos acima de 80%. Trata-se da maior redução durante a onda provocada pela variante ômicron.
O levantamento considera as taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no SUS (Sistema Único de Saúde) obtidas pelos pesquisadores do órgão na noite de 21 de fevereiro.
Indústria da moda X Covid-19
Schneider afirma que, para além das passarelas, o mundo da moda como um todo sentiu um forte impacto desde a chegada da pandemia. Neste momento de retomada, porém, modalidades como o mercado de comerciais – que foi menos impactado, em comparação ao segmento de desfiles – já saem “na frente”, pois dispensam grandes aglomerações de pessoas e possibilitam um controle maior.
“Há diferenças significativas entre os setores de desfiles e de comerciais no que tange aos protocolos de saúde. Nos desfiles, você tem que contar com público, pessoas que vão até lá para se divertir e socializar, além da participação de inúmeros profissionais – o que não permite um controle total”, pontua.” Em uma sessão de fotos, por outro lado, há menos gente envolvida, a equipe toda pode – e deve – ser testada e cada profissional pode atuar em seu respectivo lugar”.
Nas palavras do CEO da Forum Model Management, o universo da moda, assim como os demais setores, só deve voltar à plena normalidade quando todos estiverem vacinados e o contágio do novo coronavírus perder sua força. “É importante que cada um faça o seu papel e colabore para que, a exemplo dos grandes desfiles que estão retornando em formato presencial, possamos voltar a realizar as atividades que são tão importantes para nós”.
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