São Paulo 27/10/2020 – Articular saberes e estimular a interculturalidade e criticidade fazem parte do cotidiano
Currículo da Griggs International Academy, por exemplo, tem um dos seus pilares metodológicos fundamentados na Educação Intercultural
Em meio a tantos acontecimentos políticos e históricos, a escola assume um papel importante no desenvolvimento de ambientes que estimulem o aluno a discernir e interpretar o que vê e ouve, de modo que se torne um cidadão consciente e crítico, e possa vir a ser um agente de mudanças nos contextos atuais e futuros.
Com esse propósito, os colégios que adotam o currículo High School da Griggs International Academy (GIA-BR) oferecem disciplinas de estudos sociais (Social Studies), cujo objetivo é estudar a respeito da história e da estrutura do governo norte-americano (US History e US Government, respectivamente). Essas disciplinas são trabalhadas de maneira que exponham os alunos à interculturalidade, ou seja, em diversos momentos o professor convida o aluno a estabelecer ligações pertinentes ao contexto histórico e político no Brasil, favorecendo a construção de conhecimento e no exercício da cidadania.
Dessa forma, segundo nos explica Karem Ragnev, diretora acadêmica da GIA-BR e América Latina, a metodologia de ensino estimula a criação de movimentos interculturais, que favorecem o estabelecimento de conexões entre o conteúdo curricular e as situações além da sala de aula, o que pode contribuir para que os alunos possam enxergar suas realidades, suas histórias, de seu país e do mundo com mais criticidade. “Articular saberes e estimular a interculturalidade e criticidade fazem parte do cotidiano, seja durante as atividades escolares ou durante as avaliações formativas ou somativas aplicadas durante o curso”, explica a diretora.
Em sala de aula, os estudantes desenvolvem e aplicam seus conhecimentos de análise e avaliação das situações históricas, desenvolvendo a compreensão conceitual e a criticidade a respeito do que se é estudado ou lido.
Projetos e resultados
O colégio IBEU, do Rio de Janeiro (RJ), é uma das escolas afiliadas a GIA-BR, cujos projetos do High School, de forma interdisciplinar, mesclam as disciplinas US Government e US History atreladas ao contexto brasileiro.
Atualmente, os alunos estão estudando as funções de cada representante nacional e suas obrigações com a população. Eles fizeram uma seleção de vereadores, ministros, deputados, prefeitos, chefes de agências reguladoras, entre outros cargos públicos. Em seguida, listaram uma série de perguntas que permearam suas reflexões de forma crítica, utilizando os valores da GIA-BR (dignidade, honra, respeito e integridade).
“A fim de contatar esses representantes, os alunos criaram uma conta no Instagram, pela qual eles enviarão as perguntas selecionadas aos responsáveis. As respostas recebidas serão estudadas e reportadas à população pela mesma página”, explica Erick Tristão, professor responsável pelo High School no IBEU-RJ. Para Erick, o aluno brasileiro vê governo e política de uma forma bem abstrata, o que se aplica a muitos adultos também. “No entanto, estudando as estruturas das instituições e entendendo melhor a dinâmica das partes envolvidas, nossos alunos ganham uma melhor compreensão do que acontece no mundo”.
O professor ressalta ainda que, com as constantes comparações da disciplina US Government com o que acontece no Brasil, a visão e o entendimento dos alunos se tornam mais amplos para o contexto local. “A gente consegue mensurar isso quando os estudantes relatam que entendem mais o que veem nas notícias e conseguem separar fato de ficção mais facilmente. Isso é uma base excelente para a adolescência, que é uma fase associada à obstinação e ao alto senso crítico. Além disso, esses jovens vão em breve alcançar a idade mínima para votar, sendo essencial que eles estejam informados do papel dos nossos governantes e dos cidadãos”.
Outra iniciativa do GIA-High School do IBEU-RJ é um trabalho sobre a luta pelos direitos civis no passado e no presente. “O objetivo é comparar o ativismo pelos direitos das minorias no Brasil e nos EUA, no século XX e atualmente”, conta Erick. Há também o projeto da análise de campanhas políticas e debates das eleições deste ano. Os alunos vão coletar vídeos e imagens e analisar a linguagem usada e as propostas de governo dos candidatos americanos e brasileiros. “A finalidade é refletir criticamente sobre as campanhas políticas, e possivelmente simular o nosso próprio debate com os alunos”.
Já o clube de debate e a simulação da ONU permitem que os alunos pesquisem temas históricos e atuais de importância nos EUA, no Brasil e no mundo, e desenvolvam habilidades argumentativas. Em relação às perspectivas dos alunos, o professor Erick diz que, com as disciplinas US Government e US History, eles ganham uma nova concepção dos eventos que tiveram impacto mundial, e cujo cenário principal foi os Estados Unidos – desde a formação de um modelo de governo democrático, que foi replicado por vários países, até eventos mais recentes, como a luta pelos direitos civis, as guerras e as eleições das últimas décadas. “Isso ajuda a perceber os erros e acertos da história de outros países, nos dando uma visão mais crítica sobre nós mesmos e os eventos atuais”, finaliza.
Website: https://griggsk12.com/