Bons ambientes de trabalho são espaços em que cada um dos colaboradores pode aplicar seus talentos e habilidades de forma autônoma e alinhada com os objetivos da empresa. Em equipes diversas, com profissionais das mais diferentes áreas de atuação e com variadas histórias pessoais, é essencial ser capaz de construir um clima organizacional que permita a todos aplicar o que têm de melhor em seus currículos e suas mentes criativas. Mas é nesses ambientes férteis que se encontram os melhores resultados, seja qual for o setor da empresa em questão.
Tomando o GPTW (Great Place to Work) como exemplo, são avaliados, entre outros critérios, os benefícios e a remuneração oferecidos, a diversidade, as oportunidades de crescimento dentro da empresa, a infraestrutura disponível, o pertencimento, a autonomia e a transparência na gestão. E essa avaliação é feita, como mencionado, pelos próprios colaboradores. Ou seja, na hora de construir sua cultura organizacional, não basta que ela funcione no papel, é preciso que os profissionais encontrem nela, de fato, um terreno fértil no qual criar raízes.
Um dos primeiros passos para alcançar esses resultados positivos é criar lideranças capazes de identificar talentos e compreender as muitas formas que os seres humanos têm de trabalhar. Empatia, atenção e cuidado devem ser palavras frequentes no vocabulário dessas lideranças. São elas, no dia a dia, que aplicam – ou deixam de aplicar – as iniciativas capazes de tornar o ambiente mais agradável e propício para que o emocional da equipe seja sempre preservado.
Também são essas pessoas as responsáveis por tornar o desenvolvimento das atividades diárias mais leve. Isso é indispensável se o objetivo for abrir novas possibilidades de inovação e criatividade, por parte das pessoas. Quanto menos engessado for o modelo de trabalho adotado pela organização, mais fácil será permitir que as pessoas façam, de fato, aquilo em que são realmente boas. É claro que as metas existem e precisam ser levadas em consideração, mas a fluidez com que os colaboradores circulam por elas é fundamental para que sejam atingidas.
Entretanto, é claro que não basta manter essas ideias apenas no papel. Quando se trata de clima organizacional, o que vale é a percepção das pessoas. Não importa se os projetos são desenvolvidos seguindo todas as melhores técnicas ensinadas pelas vertentes de recursos humanos. Se os colaboradores não se sentirem incluídos nessa missão, os resultados continuarão sendo insuficientes. Não à toa, ao longo dos últimos anos, o bem-estar dos colaboradores tornou-se uma preocupação constante e verdadeira para milhares de empresas. Essa postura de pensar nas equipes faz parte, inclusive, dos critérios levados em consideração no já tão conhecido ESG, sigla em inglês para governança ambiental, social e corporativa.
Por isso, o reconhecimento em certificações voltadas à qualidade do ambiente de trabalho proporcionada aos trabalhadores precisa estar no horizonte desejável das organizações. A dinâmica dessas pesquisas leva em consideração justamente a visão dos funcionários, e não o que a empresa mostra para o público externo. O clima organizacional, dessa forma, é efetivamente importante. Se os colaboradores não sentirem que estão sendo valorizados e que suas necessidades estão entre as prioridades de seus líderes, os resultados nunca poderão ser maquiados.
Bons programas de carreiras, benefícios diversificados e adequados às necessidades das equipes – essas necessidades variam de acordo com a cidade em que a empresa está instalada, por exemplo, ou a distância entre ela e as casas dos colaboradores -, projetos para ouvir e valorizar as boas ideias vindas dos profissionais, acompanhamento psicológico e espaço para receber e tratar de forma devida as possíveis reclamações são algumas das estratégias para começar a organizar um verdadeiro oásis no clima organizacional.
*Michaela Vicare é diretora de Gente & Gestão (RH) na Tecnobank.