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No Nordeste, projetos visam frear desertificação da Caatinga

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11/2/2022 – A consciência ambiental através da arte incorpora o diálogo em torno de questões centradas na vida e sustentabilidade

O avançado processo de degradação da Caatinga – único bioma 100% brasileiro -, que fez com que, segundo dados do projeto MapBiomas, 53,5% de sua vegetação primária já fosse desmatada, somado às mudanças climáticas que atingem todo o planeta nas últimas décadas, fez avançar a desertificação na região do Semiárido brasileiro. De acordo com estudo de 2019 – o mais recente realizado sobre o tema – do Lapis (Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites), da Ufal (Universidade Federal de Alagoas), 12,85% da região enfrenta tal processo, considerado por especialistas da área como irreversível.

Classificado como um dos mais graves processos de degradação da terra, a desertificação ocorre, de acordo com definição da ONU (Organização das Nações Unidas), exclusivamente nas regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas do planeta. Sendo estas regiões de baixos índices pluviométricos, com o solo naturalmente mais frágil – com pouca matéria orgânica e baixo volume de água -, o desmatamento faz com que ele fique cada vez mais arenoso ou rochoso, “matando-o” progressivamente, até que ele se torne efetivamente desértico – e infértil.

No Brasil, de acordo com o “Atlas das áreas susceptíveis à desertificação do Brasil”, elaborado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), 16% do território brasileiro se encontra sob ameaça deste processo, sendo 100% desta área localizada na Caatinga, no território definido por lei federal como Semiárido Brasileiro, que abrange uma área total de 1 128 697 km², nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe – abrigando 28 milhões de habitantes e envolvendo 1262 municípios.

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Buscando mitigar esta situação no território cearense, a Assembleia Legislativa do Ceará aprovou no dia 9 de fevereiro um Projeto de Lei (PL), de autoria do Executivo, que institui o Programa de Florestamento, Reflorestamento e Educação Ambiental no estado. Com o objetivo de implementar ações direcionadas à manutenção, à preservação, à conservação e à recuperação da flora local, ampliando a cobertura vegetal da região, o programa poderá ajudar a frear a desertificação da caatinga.

Este processo de desertificação já atinge 11,45% de sua área, de acordo com a Funceme (Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos). E, além do programa governamental recém-instituído, outras iniciativas locais já mobilizam a sociedade civil em busca da conscientização ambiental.  

O processo de desertificação no interior do Ceará 

Em Santa Quitéria, um dos municípios que se encontram no território de nível “grave” de suscetibilidade a este processo de degradação irreversível do solo, um projeto de reflorestamento busca mitigar a vulnerabilidade ambiental local com o objetivo de frear a desertificação da Caatinga. Trata-se do Projeto Raiz, conduzido pelo artista e empresário Leon Moreira, mais conhecido pelo seu nome artístico ONLE, que consiste em ações de reflorestamento no distrito de Lisieux.

“Este é um projeto que estamos desenvolvendo no sentido de despertar uma conscientização ambiental da população local e do mundo. Nele, será coletado lixo reciclável na região para ser trocado por mudas de árvores nativas a serem plantadas por mim e pela equipe que atua comigo nesta iniciativa”, afirma Leon, ressaltando que o projeto também prevê a doação de mudas à comunidade local. 

“A consciência ambiental através da arte incorpora o diálogo em torno de questões centradas na vida e sustentabilidade. Sendo assim, a partir deste projeto mostraremos que a arte exerce o poder de questionar ações e exigir mudanças de comportamento”. Leon pontua que a neutralização de carbono e a conscientização socioambiental da população são os grandes objetivos do Projeto Raiz.

Ações de reflorestamento da caatinga, de fato, podem atenuar o aumento da temperatura e o ocasionamento de maiores períodos de seca na região. Tal relação pode ser corroborada pelo último relatório IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), que apontou a região do Semiárido brasileiro como uma das áreas do mundo onde a mudança do clima tem provocado efeitos mais drásticos. Segundo o informe,  por conta da mudança do clima, a região tem enfrentado secas mais intensas e temperaturas mais altas que as habituais – condições que, aliadas ao avanço do desmatamento na região, tendem a agravar a desertificação.

Para saber mais, basta acessar: www.onleleon.com

Website: http://www.onleleon.com

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