Viajar enquanto trabalha era um objetivo impossível de ser alcançado há uns anos. Com a evolução tecnológica e a acessibilidade a passaporte e vistos, ser um ‘nômade digital’ é uma realidade para vários brasileiros. Este termo refere-se a pessoas que cumprem as atividades do emprego remotamente enquanto conhecem o mundo. Para atender essa demanda crescente será que os professores nômades digitais são o futuro das franquias de escolas de idiomas?
O mercado tem espaço para profissionais com este perfil, principalmente escolas de idiomas. Durante a pandemia, muitas redes e empreendimentos de aulas de inglês fecharam, o que gerou uma lacuna no mercado para investidores que se adaptaram às mudanças socioeconômicas. “O consumidor teve a oportunidade de experimentar os ambientes online de outra forma. Com isso, os consumidores ganharam conforto em não se deslocar pela cidade para ter aula”, comenta Sergio Monteiro, chairman Uptime, rede de franquias de escolas de idiomas. A estratégia do Uptime, por exemplo, é colocar o modo online com professor ou 100% online para “ser um canal relevante de suprir essa demanda”.
Essa estratégia é boa para o cliente, para os profissionais que desejam ser nômades digitais e com pouco capital para investimento o modelo desenvolvido pela empresa é de microfranquias o que amplia o mercado para empreendedores “No caso online a mão de obra é abundante, com um custo muito inferior ao presencial”, afirma Monteiro.
O chairman Uptime destaca que é a contratação é mais fácil no modelo remoto. “Diminui a resistência de se deslocar para trabalhar, diminui drasticamente os custos pois saímos do regime CLT de contratação no online e tivemos a oportunidade de ingressar no mercado dos players de aulas online”, explica.
A Uptime tem vários professores que são nômades digitais. “Muitos adotaram esse estilo de vida e para a empresa não faz diferença uma vez que as aulas são online previamente agendadas”, completa Moneiro.
Além do modelo remoto, a Uptime também dispõe das aulas presenciais. Os clientes da rede são expostos aos “prós e contras de cada modelo para decidirem o que terão em termos de prestação de serviço”.
Monteiro reforça que, independente do modelo, a qualidade do ensino é garantida com os professores da UpTime, estão “em constante contato com o aluno online e também por uma ferramenta do curso que se chama ‘Instrução programada’ e exigindo resultado do aluno para ele avançar no curso”.
Quais são as vantagens de ser ‘nômade digital’?
No mundo, já são mais 35 milhões de profissionais que seguem este formato de trabalho, segundo Fragomen, plataforma de migrações globais. O estudo estima que este número chegue a 1 bilhão até 2035.
Este é o caso da mineira Júnia Máris Lemos Piassi, de 28 anos, que é graduada em direito e atua, atualmente, como professora de inglês da SpaceClass, rede de escola de idiomas online “em que os professores são proprietários das franquias”. A decisão de deixar o trabalho tradicional foi conquistar uma maior autonomia para as escolhas da vida. “Nada paga o fato de obter liberdade territorial e financeira fazendo o que se ama”, afirma Júnia, que já trabalhou presencialmente como professora de idiomas em uma rede de hotéis em Londres.
“Estava fazendo os dois trabalhos ao mesmo tempo e já estava cansada da correria. Quando vi uma perspectiva de crescimento na SpaceClass, decidi me dedicar à empresa. O inglês foi de fato o que abriu essa porta pra mim, ensinar pessoas, poder levar a experiência que tive. A língua me permitiu ter esse estilo de vida, que era o que eu sonhava e conquistei”, conta.
Desde de 2020, ela já viajou por nove países, sendo o destino mais recente a ilha de Phuket, na Tailândia. A professora pretende seguir caminho para Portugal, em junho, junto ao namorado Gustavo Silva, que também trabalha de forma remota.
Hoje, Júnia tem uma renda mensal de R$ 10 mil, valor suficiente para sustentar o estilo de vida. Para chegar a este valor, ela ensina inglês remotamente para 35 alunos brasileiros. “Quando estou migrando para outros países, posso dar aula de um café no aeroporto, ou em frente ao mar quando estou morando na praia. O que difere são os fusos horários, algumas vezes trabalho de madrugada, mas pra mim não é um problema, adapto a minha rotina conforme a necessidade’, explica.
De segunda-feira a sexta-feira, ela trabalha cerca de 6 horas por dia, incluindo o tempo em que investe no comercial e marketing da sua escola da rede. A professora destaca que esta rotina também faz as aulas serem mais interessantes para os alunos, que se interessam pelas histórias dela.
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