Home Empreendedorismo O avanço da inteligência artificial nas empresas e os riscos para a privacidade dos clientes

O avanço da inteligência artificial nas empresas e os riscos para a privacidade dos clientes

por Redação
0 comentários
banner

O uso da inteligência artificial (IA) está se tornando cada vez mais presente no cotidiano das empresas — seja para agilizar processos, personalizar experiências ou ampliar a capacidade analítica. No entanto, junto aos benefícios, surgem também preocupações com a privacidade dos usuários e a conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Especialista no tema, a advogada Mônica Villani alerta para os principais riscos e aponta caminhos para que empresas adotem práticas éticas e responsáveis.

“Entre os principais riscos estão a discriminação algorítmica, a falta de transparência nas decisões automatizadas e a dificuldade de rastrear e auditar as atividades de tratamento de dados”, afirma Mônica. Segundo ela, muitas empresas ainda não possuem uma estrutura robusta de governança em privacidade, o que pode levar à coleta excessiva de dados, uso de bases desatualizadas ou obtidas sem base legal, e até falhas na segurança da informação.

Para evitar esses problemas, o primeiro passo é entender como a IA está sendo usada na organização. “É essencial mapear onde a tecnologia é aplicada, quais dados estão sendo processados e com qual finalidade”, orienta. A partir desse mapeamento, recomenda-se a realização de uma Avaliação de Impacto à Proteção de Dados (DPIA), especialmente em casos de decisões automatizadas. “Só assim é possível estruturar uma política de governança de IA alinhada aos princípios da LGPD, como finalidade, necessidade, transparência, segurança e não discriminação.”

Outro ponto sensível é o consentimento para o uso dos dados. Para Mônica, ele só é válido se for “livre, específico, destacado e bem-informado”. A especialista sugere o uso de recursos como Legal Design e Visual Law para tornar os avisos de privacidade mais compreensíveis. “É fundamental que o usuário entenda, de forma objetiva, quais dados estão sendo coletados, para que serão usados e como a IA fará esse uso”, diz.

banner

Nos casos em que decisões automatizadas impactam diretamente o consumidor — como ofertas de crédito, recomendações de produtos ou perfis de consumo —, a transparência deve ser ainda maior. “A LGPD garante o direito de revisão dessas decisões. As empresas precisam informar claramente quando uma decisão é tomada de forma automatizada e oferecer canais acessíveis para contestação, revisão humana e explicação dos critérios utilizados”, explica Mônica.

As obrigações legais também se estendem a terceiros e parceiros envolvidos no tratamento dos dados. “É indispensável formalizar contratos com cláusulas específicas de privacidade, que delimitem responsabilidades, obrigações de segurança, formas de auditoria e comunicação de incidentes”, afirma. Ela também recomenda a realização de auditorias periódicas para garantir que os fornecedores estejam em conformidade com os requisitos legais.

Mesmo com a busca por experiências personalizadas por parte dos consumidores, o respeito à privacidade deve ser prioridade. “A personalização por meio da IA não é, por si só, uma violação à LGPD. O importante é garantir a transparência com os usuários, permitir o acesso aos dados, e oferecer formas simples de revogação e oposição ao uso dessas informações”, ressalta. O uso de técnicas como pseudonimização e Privacy by Design são boas práticas nesse sentido.

Por fim, Mônica enfatiza a importância do treinamento contínuo das equipes. “A conformidade com a LGPD e a governança de IA não são estáticas. Os treinamentos devem ser periódicos, com linguagem acessível e exemplos práticos. Abordar desde princípios da lei até ética algorítmica e resposta a incidentes ajuda a criar uma cultura sólida de proteção de dados dentro das organizações”, defende.

Com ampla experiência na área, Mônica Villani é sócia do escritório que leva seu nome e atua como professora, palestrante e coautora em obras sobre privacidade e proteção de dados. Reconhecida entre as advogadas mais admiradas do país em direito digital, ela integra ainda diversas instituições de referência no setor. Seu recado é claro: a tecnologia avança, mas o respeito à privacidade não pode ficar para trás.

Se você curtiu este conteúdo, compartilhe com seus amigos e familiares e ajude-os a tomar decisões mais informadas ao empreender. Criamos um portal recheado de informações valiosas para te apoiar nesse caminho. Não deixe de nos seguir nas redes sociais: estamos no Instagram, no LinkedIn e no Spotify, onde você pode curtir a nossa Playlist do Empreendedor. Compartilhe e acompanhe a Negócio e Franquia!

banner

Posts Relacionados

A riqueza do varejo brasileiro, as tendências, as melhores práticas do mercado você só encontraca na Negócio e Franquia, descubra tudo sobre FRANQUIAS, SHOPPING CENTERS, EMPREENDEDORISMO, GESTÃO, NEGÓCIOS, CULTURA, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E CONHEÇA AS POLÍTICAS PÚBLICAS para o mundo dos negócios.

Belo Horizonte

Avenida Getúlio Vargas, 671 Sala 500, Edifício Paraúna - Savassi, Belo Horizonte - MG

São Paulo

Av. Engenheiro Luiz Carlos Berrini, 1681, Ed. Berrini – Cidade Monções - São Paulo - SP

Brasília

Setor Comercial Norte, Quadra 04, Bloco B, Sala 702, 7º Andar - Asa Norte - Brasília - DF

Belo Horizonte

Avenida Getúlio Vargas, 671 Sala 500, Ed. Paraúna - Savassi, Belo Horizonte - MG

São Paulo

Av. Engenheiro Luiz Carlos Berrini, 1681, Ed. Berrini – Cidade Monções - São Paulo - SP

Brasília

Setor Comercial Norte, Quadra 04, Bloco B, Sala 702, 7º Andar - Asa Norte - Brasília - DF

Copyright @2025 – Todos os Direitos Reservados. Desenvolvido por 77Prime Labs

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Assumiremos que você está ok com isso, mas você pode cancelar, se desejar. Aceitar Ler mais