No passado o tapete vermelho era estendido para ele. Eram pessoas com uma grande barreira de acesso. Para chegar a ele era preciso falar com muitas pessoas e convencê-los de que o assunto era importante. Como o acesso era difícil, as decisões estratégicas que tomava eram vistas pelos lojistas como imposições e gerava grande descontentamento.
Um pouco dessa dificuldade se dava até pela escassez de profissionais no mercado. Apenas para entender são pouco mais de 628 empreendimentos que contemplam esse cargo. Por isso se tornaram executivos cobiçados.
O que mudou? Qual o real papel do Superintendente de shopping?
A palavra “superintendente” vem do latim e significa “aquele que super entende, aquele que dirige na qualidade de líder, aquele que inspeciona ou aquele que supervisiona”. É o encarregado de administrar, inspecionar, e dirigir o empreendimento.
Mas a história deste cargo começa antes da chegada dos shoppings por aqui. Tudo começa no universo político. No governo do então Presidente Juscelino Kubitschek entre 1956 e 1961, nasce o primeiro cargo de superintendente na extinta Sudene.
O cargo e a evolução dos shoppings
Neste período estava chegando o primeiro shopping ao Brasil. Nascia o Shopping Iguatemi em SP que foi inaugurado durante o governo do então Marechal Humberto Castelo Branco em 1966. Dar o nome a um cargo importante foi a ideia. Diretor todas as empresas tinham, Gerente também.
A ideia surgiu do construtor Alfredo Mathias, que foi responsável pela obra do shopping no terreno de uma chácara da família Matarazzo. E para entender o nome dado ao shopping porque ficava instalado num trecho da rua Iguatemi, que anos depois viria a ser incorporado à avenida Brigadeiro Faria Lima. Não se deve esquecer que o nome IGUATEMI tem um significado indígena e serve para descrever e apontar um determinado lugar, que casava com a ideia era se tornar a principal referência da cidade naquela época.
O superintendente tinha um papel relevante e tinha que ser valorizado. Carregava um status importante. Representava o empreendimento e os empreendedores. Era o cartão de visita por onde passava. Andava de terno e gravata, visto muitas vezes como um ser intocável e inacessível tanto por lojistas quanto para os interessados em implantar negócios dentro do empreendimento.
E isso mudou?
Entre 2005 e 2014 o perfil foi desse profissional começou a ser modificado. Buscavam pessoas que tinham a característica de aproximação, que colocavam a mão na massa. Não cabia mais nesse tempo, a representação do superintendente que carregava apenas o STATUS e andava bonito e alinhado. Ele tinha que ser visto nos corredores e ser mais acessível aos lojistas.
Entretanto, o interesse de bancos e investidores financeiros pelos empreendimentos de Shopping alterou mais uma vez o perfil desse executivo. A crise vivida a partir de 2014 demonstrou que seria necessário ter um profissional com um perfil técnico financeiro.
Nessa época muitos gerentes financeiros se tornaram superintendentes. Era preciso manter os números prometidos aos investidores, e por causa disso essa habilidade cartesiana era mais importante do que outras.
O executivo de Shopping moderno
O sinal dos novos tempos demonstra que o novo executivo de shopping center terá que ser transformado e alterado mais uma vez.
O perfil financeiro continua sendo importante, mas será imprescindível que outras características sejam mais evidenciadas para o futuro dos shoppings centers.
O novo Superintendente terá uma função mais evidente de ser um FACILITADOR.
E como facilitador será responsável por desempenhar funções de orientação, gestão e instrução para auxiliar e assessorar de forma correta o desempenho das atividades desenvolvidas pelos lojistas com o objetivo de aumentar a rentabilidade do negócio para os empreendedores.
Se você atua no setor, provavelmente vai dizer algo assim “Ah! mas hoje eu já faço isso”, e vou afirmar que acredito que realmente faça. O que muda agora é o perfil primário. Esse perfil primário deverá ser focado em habilidades como negociar, conversar e encantar e por isso devem ficar a frente das habilidades cartesianas com números e dados. Esse novo profissional deverá ser leve, extrovertido, enérgico, resolutivo e ter capacidade de correr riscos.
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