Que a pandemia do novo coronavírus mudou radicalmente o mundo como conhecemos isso nós já sabemos. Quem mais sentiu o baque foi o mercado e tudo o que depende dele: negócios, empregos, famílias. Mas o que devemos esperar do mercado pós-pandemia? Como podemos nos adaptar a essa nova realidade?
O que já mudou no mercado pós-pandemia
Nem as previsões de mercado mais certeiras seriam capazes de imaginar que tudo mudaria em tão pouco tempo. A configuração da sociedade mudou do dia para a noite, alterando radicalmente a forma como nos relacionamos uns com os outros, seja em casa, no trabalho ou com os amigos.
Home office
Uma das principais mudanças foi a adoção do home office em boa parte das empresas brasileiras. Mas trabalhar de casa não foi uma mudança que passou despercebida: horários foram alterados, e a nova rotina de trabalho teve de ser adaptada com a rotina dos outros moradores da casa, como os filhos que agora também estudam de casa, por exemplo.
Transformação digital
Mudanças que não ocorreriam pelos próximos cinco ou dez anos aconteceram num piscar de olhos forçando empresas e funcionários a se adaptarem muito rapidamente a novas tecnologias.
Nunca foi tão urgente estar conectado à internet e ter à disposição algum dispositivo móvel, especialmente agora que o trabalho acontece onde estivermos.
Delivery
Não podemos esquecer desse serviço que já fazia parte das nossas vidas e, agora, é impossível imaginar uma realidade em que ele não faça parte: o delivery.
Já que o isolamento social é uma das melhores recomendações para evitar o contágio do novo coronavírus, a principal opção de compra é pedir para entregar em casa, evitando aglomerações e toda a operação que envolve o “novo sair de casa”: trocar de roupa, deixar os sapatos do lado de fora, tomar banho, higienizar as compras etc.
Tendências de mercado pós-pandemia
As mudanças citadas anteriormente não acontecem de forma isolada e, na verdade, impactam tudo o que estiver relacionado a elas. Por exemplo, o home office passou a ser uma necessidade do mercado e é uma tendência que deve se manter mesmo com o fim da pandemia, mas isso não significa que todas as pessoas prefiram trabalhar dessa forma.
Por isso, é dever das empresas conhecer seus próprios funcionários e se adequar às necessidades dos colaboradores.
Trabalho híbrido
O home office veio para ficar, isso é fato. Mas se nem todo mundo prefere ou consegue ter o mesmo rendimento trabalhando em casa, então a empresa deve fornecer um espaço para que o trabalho presencial aconteça, ou seja, o trabalho híbrido será uma realidade no pós-pandemia.
Espaços menores
Já que mais trabalhadores estão no trabalho remoto não é mais necessário manter espaços físicos enormes, em grandes prédios, por exemplo. A tendência é que cada vez mais empresas invistam em locais mais enxutos, economizando nas despesas como aluguel, energia, água e manutenção. Dessa forma é possível redirecionar os investimentos a outros serviços, como novas tecnologias, por exemplo.
E é justamente por conta das transformações físicas das empresas que muitos gestores estão revendo a necessidade de manter um local físico para gerir o negócio. Se o próprio trabalho pode ser feito remotamente, por que não gerir a empresa completamente de forma virtual?
O que o empreendedorismo tem a ver com isso
A pandemia fez com que muitos brasileiros perdessem seus empregos, fazendo com que a desocupação chegasse a 14,3% em agosto, segundo pesquisa do Índice Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com o desemprego, muitas pessoas encontraram no empreendedorismo a saída para continuar gerando renda. Segundo reportagem publicada pela Folha de S. Paulo, entre março e julho deste ano 600 mil trabalhadores brasileiros se tornaram MEIs (micro empreendedor individual), promovendo crescimento de 20% em relação ao mesmo período do ano passado.
Isso significa que milhares de empreendedores decidiram abrir o próprio negócio por necessidade, não por estratégia, o que não quer dizer que o novo empreendedor não deva levar em consideração as novas tendências de mercado e consumo do pós-pandemia.
Quer começar a empreender? Fique atento a essas tendências
Segundo o Sebrae, já é possível prever alguns padrões de consumo e tendências de mercado pós-pandemia. E para quem quer empreender nesse momento é fundamental estar por dentro de todas essas questões.
Experiência de consumo virtual
Ter uma presença digital forte e constante com certeza é um grande diferencial no mercado. Quantas vezes você já checou as redes sociais de uma empresa antes de efetuar uma compra? Pois tenha em mente que seus clientes vão fazer o mesmo com você.
Antes de comprar qualquer coisa as pessoas querem saber se os valores e as atitudes de determinada marca estão de acordo com seus valores pessoais. Isso gera uma experiência única, proporcionando uma confiança duradoura: saber que aquela empresa faz bem não apenas para você, mas para o mundo de forma geral.
Consumo responsável e consciente
Se tem uma coisa que a pandemia certamente mudou em nossas vidas foi nosso senso de urgência. Nossa saúde e a daqueles que amamos passou a ocupar o primeiro lugar na lista de prioridades, o que alterou radicalmente as formas de consumo. Passamos a priorizar o que realmente importa e colocamos em segundo plano trivialidades e caprichos que, antes da pandemia, considerávamos imprescindíveis para nossa vida – só para depois percebermos que, na verdade, não eram coisas tão importantes assim.
Como isso mudou o mercado? A forma de entender o consumidor e comunicar não apenas o que ele quer, mas o que ele realmente precisa. Entender o problema do cliente e oferecer a solução exata com maneiras eficientes de fazer o produto chegar até ele é um dos grandes diferenciais desse novo momento.
Avanço do virtual
Alguns serviços digitais que já estavam em alta ganharam ainda mais força com a pandemia, como o delivery e serviços de streaming, por exemplo. Mas outros padrões surgiram com a necessidade e, ao que tudo indica, vieram para ficar. É o caso do ensino on-line, atividades de bem-estar e lazer, consultas médicas por vídeo etc.
As empresas (tanto as antigas quanto as que estão surgindo no pós-pandemia) precisam estar atentas a essas questões porque essas são demandas reais dos consumidores. Não é mais possível oferecer serviços que sejam apenas presenciais – o virtual precisa fazer parte do negócio, independentemente do ramo de atuação da empresa.
Descentralização dos consumidores
Já comentamos neste texto que estar em uma grande cidade deixou de ser algo obrigatório, tanto para empresas quanto para funcionários. Com mais pessoas no trabalho remoto, maior é a descentralização dos consumidores, ou seja, eles podem estar em qualquer lugar sem necessariamente deixar de comprar das empresas que já compravam antes – lembra da necessidade de aliar o presencial ao virtual? Você não vai deixar de atender seu consumidor só porque ele não está na mesma cidade que você.
Se as compras pela internet já faziam parte da nossa rotina, com a pandemia elas ganharam ainda mais força. Isso significa que empresas de todos os segmentos e tamanhos precisam adequar a logística para atender os consumidores que estão distantes das grandes capitais.
Saúde e qualidade de vida
A pandemia trouxe um olhar mais urgente às questões voltadas para saúde, bem-estar e qualidade de vida. Cuidar de si mesmo é algo cada vez mais necessário e manter a saúde em dia se tornou uma grande preocupação, o que também influencia nos hábitos de consumo: os consumidores estão buscando cada vez mais alternativas para cuidar do corpo e da mente de forma acessível.
Mesmo empresas que não sejam desse segmento podem contribuir para a questão direta ou indiretamente. Seja criando conteúdo sobre o tema ou incentivando parceiros comerciais que sejam da área, estilos de vida mais saudáveis serão uma forte presença no mercado pós-coronavírus.
Flexibilização do local de trabalho
Já falamos aqui sobre essa tendência que também é destaque nos novos padrões elencados pelo Sebrae.
Essa nova configuração de mercado também espera mudanças na mentalidade dos empreendedores: é cada vez mais urgente suprir as demandas dos colaboradores e oferecer condições para que o trabalho prospere de acordo com as necessidades dos funcionários.
Muitas questões acerca do home office foram superadas, como a ideia errônea de que quem trabalha em casa trabalha pouco. Se você tem um funcionário que produz mais em casa, por que não liberar o home office mesmo depois do fim da pandemia? Outra possibilidade é permitir o trabalho híbrido, conforme comentamos anteriormente.
Fazer acontecer
Possibilidades não faltam para fazer o empreendimento dar certo nessa nova configuração de mercado. Acompanhar as mudanças e novos padrões de consumo, além de ser fundamental para manter-se atento ao que sua empresa, colaboradores e consumidores precisam, será o grande diferencial na nova configuração de mercado pós-pandemia.
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