São Paulo, SP 20/10/2020 – O cenário da pandemia visto por médicos especialistas de diferentes áreas da medicina.
Michael Ryan (diretor de Emergência da Organização Mundial de Saúde) apontou para a estabilidade e queda de casos de coronavírus no Brasil, mas alertou que tal disposição acontece a partir de número alto de infectados.
São mais de 151 mil mortes até a data presente e os casos confirmados já excedem 05 milhões e 114 mil. São Paulo é o Estado mais atingido pela pandemia com o maior número de infectados. O segundo lugar fica para a Bahia, entretanto, o Rio é a região que está atrás de São Paulo no número de mortes.
Segunda-feira (12), Michael Ryan (diretor de Emergência da Organização Mundial de Saúde) apontou para a estabilidade e queda de casos de coronavírus no Brasil, mas alertou que tal disposição acontece a partir de número alto de infectados.
Tendo uma taxa de mortalidade de 71,7 por grupo de 100 mil habitantes, tais números são maiores que os registrados em países vizinhos, como a Argentina com 53,64. Entretanto, está abaixo da Bolívia (73,18).
Mas, qual é o cenário da pandemia visto por especialistas médicos, como cardiologistas, pediatras, entre outros? Acompanhe o que eles disseram:
Rose Fukue – Psicóloga
Vários aspectos na vida das pessoas foram afetados, principalmente o psicológico, com o aumento da ansiedade, depressão, estresse, conflitos conjugais. A pandemia potencializou problemas que já existiam. Somos obrigados, a partir de agora, a fazer adaptações constantes. Sendo assim, o estresse faz com que as pessoas não tolerem mais estar em casa, mas por outro lado elas sabem que ainda não é hora de sair às ruas.
Alessandra Gazola – Cardiologista
O número de morte por doenças cardíacas na pandemia aumentou cerca de 50% segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia em comparativo a 2019. A população tem medo de procurar o atendimento médico pelo risco de contaminação. Retardar esse acesso pode custar uma vida. Portanto, opte pela alimentação saudável, tomada das medicações, caso necessário, e atividade física regular mesmo que dentro de casa. E procure um cardiologista quando necessário.
Raquel Constantino – Endocrinologista
Com a pandemia, as pessoas ficaram mais sedentárias. Como orientação, aponto para a volta do bom costume nos hábitos alimentares, criar uma rotina dentro do Home Office, ou se sai de casa para trabalhar, leve a própria comida. E retome as atividades físicas gradativamente, procurando sempre a ajuda de um médico, de um nutricionista, de um personal.
Paula Sellan – Pediatra
Os reflexos da pandemia na vida e saúde das crianças são muitos. Em primeiro lugar está o comprometimento psicológico que a pandemia causou. Elas foram privadas do contato com a família, amigos, escola. Outro aspecto são as crianças que faziam algum tipo de tratamento, acompanhamento. Por outro lado, todas foram poupadas da forma grave da covid-19. Para esse momento, em que conseguimos alcançar um declínio no número de casos, devemos investir em programas ao ar livre e sem aglomerações.
Claudio Guimarães – Urologista
Acredito que os profissionais da saúde terão que se reinventar nas suas profissões. Consultas online, coleta de exames em domicílio, exames para detecção do coronavírus antes da internação hospitalar serão rotina. O profissional da saúde vai ter que respeitar o distanciamento social na hora da consulta, mas tocar no paciente ainda será necessário. Terão que usar máscaras e luvas ao examinar o paciente. Alguns hospitais exigem coleta do PCR para detecção do coronavírus a cada 15 dias.
Anne Caroline – Ginecologista e Obstetra
O medo da contaminação trouxe impactos na vida das gestantes, que são consideradas grupo de risco para covid-19, assim como para outras infecções. Por ser uma doença ainda nova o bom senso acaba sendo o fator principal no manejo dessas pacientes. O seguimento pré-natal é fundamental mesmo em tempos de pandemia. O que se pode fazer em paciente de baixo risco é realizar um espaçamento maior entre as consultas, mas sempre visando realizar o número mínimo de 06 consultas, preconizado pela OMS e pelo Ministério da Saúde.
Danielle Miyamoto – Mastologista
Durante a pandemia houve uma diminuição significativa da procura dos atendimentos para exames considerados de ‘rotina’. Alguns tipos de câncer de mama estão sendo diagnosticados agora porque ficaram maiores e as mulheres perceberam alguma alteração palpável na mama. Ainda assim o câncer de mama é tratável, mas o tamanho do tumor é maior. A recomendação é que as mulheres procurem atendimento caso sintam algo diferente em sua mama.
Norton Sayeg – Geriatra
Com o avanço da medicina muitos pacientes conseguiram superar a covid-19. Porém o que temos notado frequentemente, é que pessoas muito idosas, acima de 70 anos de idade, estão saindo dos hospitais muitos debilitadas. A vitória é a reabilitação total das pessoas. Portanto, não deixe de consultar seu médico. Após a recuperação do vírus, é importantíssimo que se tenha cuidados adicionais para que outros sintomas não se agravem e não retornem.
Alessandro Schuffner – Reprodução Assistida
A recomendação é adiar a gravidez, tratamento para engravidar, desde que não seja tempo sensível (baixa reserva ovariana, ou a quando a paciente não aguenta mais a espera). Tudo isso tem que ser levado em consideração para efetuar um tratamento. Contudo, é um vírus novo, tem um ano. Em medicina um ano não é nada.
Vanessa Moreira – Biomédica
O que eu observo dentro da minha especialidade são os danos causados diretamente nas células, devido à dificuldade de adaptação. Portanto, cuide da sua saúde intestinal, respire, descanse e exercite-se!
Conteúdo: Doutor TV
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