Santos, SP 27/12/2021 –
Diante do crítico cenário econômico devido à maior crise sanitária já registrada no mundo, os setores de turismo e atividades culturais e criativas foram os que mais sentiram os efeitos da pandemia, arcando com as piores perdas de faturamento, de acordo com pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em 2020.
Por outro lado, indo na contramão da recessão, os complexos portuários brasileiros movimentaram 591 milhões de toneladas de cargas nos primeiros seis meses de 2021, representando uma alta de 9,4% em relação ao mesmo período de 2020, conforme dados divulgados pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ).
Antes de abordar as tendências da logística para o ano que está por vir, é interessante recapitular o primeiro ano de pandemia, quando milhares de empresas tomaram a decisão de incluir seu negócio no universo digital, já que o mundo físico estava passando por diversas restrições a fim de preservar a saúde da população. A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), em parceria com a Neotrust, divulgou que 150 mil lojas passaram a vender também por plataformas digitais e 20,2 milhões de consumidores realizaram pela primeira vez uma compra pela internet em 2020.
Ainda em 2020, foi visível a aceleração do processo de digitalização, tendo 70% dos micro e pequenos negócios incluindo a internet como potencializadora de vendas e 23% deles criaram um site próprio como ponto de venda, conforme estudo do Sebrae sobre os impactos do coronavírus no Brasil. Além disso, a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) comunicou um crescimento de 68% no e-commerce comparando 2019 e 2020.
É fato que esses dados esbarram no setor logístico, que agora, muito mais do que antes, passa a acompanhar o transporte da indústria até a casa do cliente final, ultrapassando o limite de entrega às lojas físicas, por exemplo. Murillo Sperandio, Diretor Comercial da Costa Brasil – especialista em Operação de Transporte Multimodal (OTM) –, diz que “o ano de 2022, impulsionado pelo mundo pós-pandêmico, marcará o início da década da conectividade”. Para ele, as velocidades de conexões implantadas pelo 5G vem estimulando também as conexões dos objetos (IOT), o que significa que uma vasta rede de mapeamentos e trocas de dados vem por aí.
Com essa atualização, o Diretor Comercial acredita que as cadeias logísticas serão inundadas por dados, monitoramentos e ganho de capacidade. “O simples transporte ponto a ponto passará a ser commodity e quem entregar mais do que um transporte terá valor agregado ao seu serviço”, afirma Sperandio. O acompanhamento de perto das etapas de um produto através de realidade aumentada, em que os clientes poderão ver sua mercadoria sendo produzida, embalada, armazenada e transportada até a entrega em sua residência, também é uma aposta dele para o futuro.
“A entrega digital, que é o que já ocorre quando se compra ou aluga um streaming e o cliente o recebe de maneira virtual, será ainda mais comum”, conclui Sperandio, que presume que esse modal de entrega será melhor regulado e aproveitado, assim como a entrega via drones.
Website: https://www.costabrasil.com.br/