São Paulo, SP 18/11/2021 – Segundo a CNI, o Brasil deve importar mais de um exemplo de serviço para conseguir melhorar a situação do saneamento básico.
Com 27% da população brasileira sem atendimento sanitário, alguns procedimentos devem ser adotados para evitar problemas como, por exemplo, entupimentos; fossa séptica entre eles. Segundo os dados que foram disponibilizados pelo relatório “Atlas Esgotos: Despoluição de Bacias Hidrográficas”, que foi divulgado pela ANA (Agência Nacional de Águas) e pelo Ministério das Cidades, conta que 45% da população brasileira ainda não tem acesso ao serviço adequado de esgoto. O dado é preocupante, uma vez que o contato direto com resíduos pode ser bastante prejudicial.
Embora o Brasil já tenha melhorado em alguns aspectos, ainda está muito longe do que seria considerado um cenário adequado. Utilizando a mesma fonte citada acima, 27% dos brasileiros ainda não recebem qualquer tipo de atendimento, como tratamento de esgoto.
Saneamento básico é o essencial
Ter um saneamento básico eficiente é fundamental para qualquer cidade ou país, mas infelizmente essa não é a realidade. O Brasil é um país que tem tudo para conseguir melhorar essa questão, porém, as coisas não andam como o planejado. Para mudar esse cenário, foi aprovado em julho deste ano o Marco Legal do Saneamento, que tem como meta a universalização dos serviços. O objetivo é poder alcançar essa meta até 2033.
O Marco Legal do Saneamento quer garantir que 99% da população brasileira tenha acesso à água potável. Além disso, que também consiga oferecer 90% ao tratamento e à coleta de esgoto. Porém, muitos são os desafios para conseguir alcançar esse objetivo, já que mesmo em cidades grandes, ainda existem famílias que não tem acesso. O saneamento básico é um serviço, como o próprio nome já diz, “básico”. Sendo assim, o país tem como por obrigação fornecer isso para a população. Mas com o crescimento de comunidades e casas irregulares, a dificuldade em oferecer isso fica mais evidente. Falta um planejamento adequado por parte do governo para conseguir cumprir, de forma efetiva, o que é necessário para os dias de hoje.
Com o crescimento constante da população, até os mais otimistas se questionam se realmente a meta pode ser alcançada até 2033. Por isso, o planejamento e a devida execução deve ser feita por parte do governo.
Brasil se encontra longe de ter um sistema de tratamento de esgoto efetivo
De acordo com as definições dadas pelo Planasab (Plano Nacional de Saneamento Básico), o Brasil está muito longe de ter um bom tratamento de esgoto. Atualmente, apenas 43% da população brasileira é atendida por sistema coletivo, ou seja, com rede coletora e estação de tratamento de esgoto. Sendo que esse número ainda é muito pequeno.
Além disso, apenas 12% da população brasileira possui atendimento de fossa séptica e 18% da população conta com o esgoto coletado. Nesse último dado, embora o esgoto seja coletado, ele não é tratado, o que influencia em outros tipos de problemas.
Ainda usando como base os dados mencionados pelo Planasab, 27% da população não possui qualquer tipo desses atendimentos. Ou seja, são pessoas e famílias que não sabem o que é saneamento básico. Esse serviço essencial não chega até essas pessoas, o que é o causador de muitos problemas.
Entre os principais problemas, estão questões como a saúde e até mesmo a produtividade de crianças dentro das escolas. De acordo com o relatório “Benefícios econômicos da expansão do saneamento brasileiro”, também impacta de forma negativa na educação. Segundo o documento, alunos que não possuem acesso à coleta de esgoto e água tratada sofrem atraso escolar. Isso, quando comparado com outros alunos que possuem as mesmas condições socioeconômicas, mas que têm acesso à água e esgoto tratado.
Estudo do CNI aponta o saneamento básico dos países Uruguai e Argentina
Os países vizinhos do Brasil como Uruguai e Argentina aparecem em destaque em relação ao saneamento básico universalizado. De acordo com o estudo do CNI o PIB do Brasil comparado com esses países, era de se esperar que houvesse uma cobertura maior. Esses dados foram levantados pelo estudo realizado pelo CNI – Confederação Nacional das Indústrias.
Segundo o estudo, os países que têm um saneamento básico de saúde eficiente, possuem ampla participação de companhias privadas. Ainda tendo como base o estudo, o Chile tem 94% de participação privada e o Brasil conta com apenas 5%.
Para conseguir alcançar a meta da universalização até 2033 o estudo aponta que o Brasil precisa dobrar o investimento atual. Além disso, para conseguir aumentar a meta, a sugestão é trazer mais participação de empresas privadas no setor.
Uruguai e Argentina não são os únicos países modelos a serem seguidos. Alemanha, Inglaterra e Chile também possuem ótimos exemplos que valem a pena ser importados para o Brasil.
A CNI ainda defende que o Brasil deve importar mais de um exemplo para conseguir melhorar a situação do saneamento básico. Mesmo assim, ao analisar todos esses exemplos, existem três pontos fundamentais que todos possuem:
Planejamento;
Regulação;
Gestão.
De acordo com a avaliação do estudo, com os investimentos atuais o Brasil só conseguiria atingir a meta da universalização em 2052. Muito tempo depois do que está previsto pelo Marco do Saneamento Básico.
O saneamento básico reflete diretamente na saúde da população
O senhor Gleison Pinheiro, diretor da PUMJIL, que atua prestando serviços de desentupidora de esgoto em São Paulo destaca alguns pontos importantes. Embora o saneamento básico seja uma questão pública, as famílias que possuem acesso ao serviço também precisam fazer a sua parte. Por exemplo, uma fossa é uma solução individual, mas quando entope, pode gerar diversas complicações. No caso, quando uma fossa não recebe a devida manutenção, pode causar mau cheiro nos ambientes, o que pode causar mal estar. Além disso, também prejudica a tubulação e contribui para a proliferação de pragas.
Problemas desse tipo contribuem de forma significativa e prejudicial para a população brasileira. Muitas doenças são causadas justamente pela falta de água potável e saneamento básico em algumas regiões. O que também influencia nas lotações em pronto socorros e hospitais. Ou seja, se o tratamento de esgoto fosse eficiente em todo o Brasil, a população brasileira seria muito mais saudável. Então, alguns casos comuns que são vistos, como cólera, diarreia, febre tifoide, entre outras, poderiam ser evitadas.
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