São Paulo 22/12/2021 – “É inegável o crescimento do hábito da compra online, mas também é senso comum que a compra física se complementa a ela, e vice-versa”, diz Marcos Saad.
O cenário dos negócios em geral nunca foi tão imprevisível quanto agora. Oscilações na bolsa, na economia, dúvidas, recuo dos investidores e muitos outros fatores desafiam o crescimento, mas, quando o assunto é varejo, especialistas indicam uma direção quase certeira: o consumo local.
É na crise que surgem as oportunidades e, por isso, segmentos como tecnologia, saúde, supermercados, drogarias, pet shops, construção, alimentação, delivery, drive-thru, tecnologia, inovação, consultoria e treinamento estão aproveitando esse período para inovar e buscar novas soluções.
Uma delas é o comércio de vizinhança (ou localidade) que levou muitas redes de varejo a criar modelos de lojas menores. Grandes players do varejo brasileiro como Grupo Pão de Açúcar e Carrefour, já focam, há algum tempo, em unidades pequenas de bairros com o objetivo de aumentar sua capilaridade e trazer conveniência ao consumidor.
Prova disso são dados da empresa HireAHelper, publicados pela WGSN, indicando que, nos EUA, pessoas estão trocando grandes centros urbanos como São Francisco e Los Angeles por cidades médias, e que 68% mais pessoas abandonaram Nova Iorque em 2020 do que se mudaram para lá. Na China, milhões de pessoas não voltaram para as cidades nas quais trabalhavam no começo da pandemia.
O cliente mudou e não quer mais se deslocar para fazer suas compras. E o varejo precisa atender essa nova demanda.
No Brasil, o comércio de vizinhança é muito representado pelos strip malls, centros de conveniência de bairro que reúnem um mix de serviços, compras e alimentação.
Quando as lojas se adaptam a essa nova realidade, ficam mais ágeis, eficientes e próximas ao público residente na área de influência primária.
Por aqui, cidades do interior de São Paulo e litoral passaram a receber mais pessoas e famílias interessadas em se mudar do que passar os finais de semana. Um levantamento feito pelo grupo imobiliário ZAP indica que, de janeiro a maio de 2020, a procura por imóveis com mais de 100 quilômetros de distância de São Paulo cresceu 340%.
“Este novo cenário não está relacionado apenas ao êxodo urbano, mas à forma como as preferências dos consumidores por produtos locais impulsionam esse movimento”, diz Marcos Saad, sócio da MEC Malls, que faz a gestão e concepção de strip malls.
“É inegável o crescimento do hábito da compra online, mas também é senso comum que a compra física se complementa a ela, e vice-versa”, completa o executivo, que também preside a ABMalls (Associação Brasileira de Strip Malls).
No Brasil, de acordo com estudo realizado pela Mastercard no final de 2020, 79% dos brasileiros preferiram consumir em comércios locais durante a pandemia. E, segundo os dados, 91% dos pesquisados devem continuar com esse hábito após a pandemia.
Cada vez mais, o apoio à economia local e a soluções como os strip malls parece a saída para se adaptar às transformações do varejo.
Website: https://www.mecmalls.com